EUA: firmeza fez CN querer negociar

Escrito por Redação ,
Legenda: Mike Pompeo, diretor da CIA, acredita que pressão sobre norte-coreanos foi crucial para proposta de Kim
Foto: Foto: AFP

Washington/Pyongyang. O governo dos Estados Unidos defendeu, ontem, a aposta do presidente Donald Trump de aceitar um encontro histórico com o líder da Coreia do Norte, Kim Jong Un, e assegurou que esta abertura foi graças a sua política de extrema firmeza.

"Ele pôs uma enorme pressão global sobre os norte-coreanos, que teve um impacto real no regime e sua economia, fazendo com que Kim Jong Un venha a nós e diga que quer começar a discutir em condições que os Estados Unidos nunca tinham obtido antes", disse o diretor da CIA, Mike Pompeo, ao canal NBC.

"Nunca antes havíamos tido os norte-coreanos em uma posição na que sua economia estivesse em tanto risco, na que sua liderança estivesse sob tanta pressão", declarou à Fox News.

A Coreia do Norte é alvo de graves sanções econômicas, impostas pelos Estados Unidos, a União Europeia e as Nações Unidas em resposta a seus programas militares e balísticos.

"Acredito que querem fazer as pazes, acho que é hora", disse Trump no sábado ante uma multidão de apoiadores nos subúrbios de Pittsburgh. Mais cedo, o presidente americano havia previsto um "enorme êxito" nestes diálogos.

O governo Trump comemora o fato de ter obtido compromissos inéditos de Pyongyang: a promessa de discutir a desnuclearização da península norte-coreana e a suspensão dos testes nucleares e balísticos durante o processo de diálogo.

O encontro deve acontecer antes do fim de maio, em um local a ser determinado.

"Acho que um dos principais motivos pelos que temos esta reunião é o grande impacto que as sanções tiveram", disse o secretário do Tesouro, Steve Mnuchin, na NBC. O processo permanece rodeado de incertezas, e o próprio regime de Pyongyang não o comentou.

Cautela

O secretário da Defesa americano, Jim Mattis, disse que preferia falar o mínimo possível sobre o assunto. "Quando você está em uma posição como esta, as possibilidades de mal-entendido são muito altas", disse em uma escala em Omã.

Outros funcionários de alto escalão do governo americano, como o secretário de Estado, Rex Tillerson, e o assessor de Segurança Nacional H.R. McMaster, também se mostraram cautelosos.

Os funcionários americanos asseguraram que sua posição de firmeza será mantida nos próximos meses. "Não o interpretem mal: enquanto estas negociações acontecerem, não haverá concessões", afirmou Pompeo.

A Casa Branca disse na sexta-feira que não se tratava de aliviar as sanções "até que a Coreia do Norte dê passos concretos em direção a uma desnuclearização completa, verificável e irreversível".