EUA culpa Síria e Rússia por ataque

Escrito por Redação ,

Washington. O presidente dos EUA, Donald Trump, considera a Síria e a Rússia como "responsáveis" pelo "ataque químico" ocorrido no sábado em Duma, disse, ontem, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders.

O comentário veio depois de o exército russo acusar que o alegado ataque químico contra os rebeldes sírios em Duma foi uma encenação diante das câmeras realizada pelos Capacetes Brancos, a organização de socorristas sírios na zona rebelde que denunciou a agressão.

"Operando apenas nas fileiras terrorista, os Capacetes Brancos encenaram diante das câmeras um ataque químico contra os civis da cidade de Duma", afirmou o general Viktor Poznikhir em coletiva de imprensa.

Trump advertiu, ontem, que "os mísseis chegarão" à Síria em resposta aos supostos ataques químicos realizados em 7 de abril e apesar do risco de um confronto com a Rússia, aliada de Damasco. "A Rússia promete derrubar todos os mísseis disparados contra a Síria. Prepare-se, Rússia, porque chegarão lindos, novos e 'inteligentes'!", tuitou o presidente americano.

Segundo os Capacetes Brancos, mais de 40 pessoas morreram no ataque com "gases tóxicos" atribuído ao regime e centenas ficaram feridas. "Estamos convencidos de que a utilização de armas químicas em Duma foi inventada e não pode ser utilizada como pretexto para recorrer à força", afirmou o Kremlin.

O caso piora os cenários sobre os rumos da guerra civil na Síria diante do risco de ações militares entre Rússia, aliada do regime de Assad, e países ocidentais como EUA, além da tensão crescente entre Israel e Irã.

Ontem, o presidente russo, Vladimir Putin, pediu ao premiê israelense, Benjamin Netanyahu, que se abstenha de qualquer ação desestabilizadora na Síria. Em uma conversa por telefone com Netanyahu, Putin "pediu que ele se abstenha de qualquer ação que possa desestabilizar ainda mais a situação no país, que representaria uma ameaça para a sua segurança", informou o Kremlin em um comunicado, dois dias depois de as forças israelenses bombardearem uma base do exército sírio.

Putin "insistiu na importância do respeito à soberania da Síria", acrescentou o comunicado, destacando que ele e o premiê "falaram dos recentes ataques da aviação israelense contra a base aérea T-4". A Rússia, um dos principais aliados de Assad, alertou para novos ataques contra as forças sírias, especialmente depois de os EUA ameaçarem responder após um suposto ataque químico lançado pelo regime no reduto rebelde de Duma.