EUA criticam posse de novo dirigente de Cuba

Washington questionou "processo de transição antidemocrático" e pediu ao novo líder da ilha que ouça população

Escrito por Redação ,
Legenda: Após levar o braço esquerdo do sucessor, Raúl Castro deixou sua cadeira à mesa principal do Palácio das Convenções de Havana, que foi imediatamente ocupada por Díaz-Canel; ao lado, ficou vazia a cadeira de Fidel, falecido em 2016
Foto: Foto: AFP

Washington/Havana. O governo dos EUA criticou, ontem, o "processo de transição antidemocrático" em Cuba e pediu ao novo presidente da ilha caribenha, Miguel Díaz-Canel, a melhorar a vida do povo cubano.

"Os cidadãos cubanos não tinham poder real para afetar o resultado deste processo de transição não democrático", indicou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert.

"Exortamos o novo presidente a escutar e responder às demandas dos cidadãos cubanos de uma Cuba mais próspera, livre e democrática", acrescenta.

Considerado o início de uma nova era em seis décadas de revolução cubana, o general Raúl Castro (86 anos) transmitiu a Presidência a Miguel Díaz-Canel, um civil quase 30 anos mais novo comprometido a dar continuidade ao legado de seus antecessores e a reformar o modelo econômico socialista.

Em seu primeiro discurso como presidente na Assembleia Nacional, assegurou que Cuba continuará sendo "verde oliva", e que terá em Raúl um guia, em um sinal para a ala dura revolucionária de militares históricos, mais resistente em sacrificar o legado socialista sob o pretexto das reformas. "O mandato concedido pelo povo a esta legislatura é dar continuidade à revolução cubana em um momento histórico crucial, que será marcado por tudo que devemos avançar na atualização do modelo econômico", disse após saber do resultado da votação no Parlamento.

Para o novo presidente, seu antecessor, que permanece como líder do governante Partido Comunista (PCC, único) até 2021, "comandará as decisões de maior transcendência".

A mudança de comando foi simples, sem pompas, mas muito aplaudida. Foram eleitos também os demais membros do Conselho de Estado.