Estados Unidos decidem reter US$ 255 milhões de ajuda ao Paquistão

Escrito por Redação ,

Washington/Islamabad. O governo de Donald Trump decidiu reter US$ 255 milhões de ajuda ao Paquistão por considerar que o país tem feito um "jogo duplo" com os Estados Unidos nos últimos anos.

O anúncio foi feito, ontem, pela embaixadora norte-americana na ONU, Nikki Haley, que criticou a falta de cooperação do país na luta contra o terrorismo.

"Há razões claras para isso", disse Haley. "Eles trabalham conosco às vezes, mas também abrigam os terroristas que atacam nossas tropas no Afeganistão". Ainda ontem, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que os EUA devem anunciar ações para pressionar o Paquistão nos próximos dois dias.

Trump já havia afirmado, em agosto, que não repassaria o valor ao Paquistão até que o país fizesse mais para enfraquecer os grupos terroristas na região.

Ontem, Haley confirmou que os US$ 255 milhões não serão mesmo entregues. A ajuda dos EUA a Islamabad soma mais de US$ 33 bilhões desde 2002.

A decisão foi divulgada em meio a uma escalada de tensão entre os dois governos.

Na segunda-feira (1º), autoridades paquistanesas convocaram o embaixador americano no país, David Hale, para prestar esclarecimentos sobre declarações feitas por Trump horas antes. Por meios oficiais, o presidente dos Estados Unidos disse que Islamabad fez os presidentes norte-americanos de tolos nos últimos anos, dando apenas "mentiras e enganações" em troca do financiamento recebido.

"Eles dão apoio aos terroristas que caçamos no Afeganistão, e nos ajudam pouco. Não mais!", escreveu Trump.

O premiê paquistanês, Shahid Khaqan Abbasi, reuniu ontem o Comitê de Segurança Nacional, formado por chefes militares e civis, para discutir a declaração de Trump.

Ao final do encontro, o comitê se disse "profundamente decepcionado" com as críticas "incompreensíveis" dos EUA, e afirmou que as declarações não correspondem aos fatos.