Eleitores decidem se burca será proibida

Escrito por Redação ,

Genebra. A burca deve ser banida do espaço público? Um cantão suíço organiza neste domingo (23) um referendo sobre a delicada questão do acessório feminino próprio aos países islâmicos. O cantão de Saint-Gall (nordeste da Suíça) poderia ser o segundo a adotar uma lei anti-burca, depois do vizinho Ticino, onde desde julho de 2016 é proibido usar um véu que cubra o rosto em locais públicos.

Os eleitores são chamados a pronunciar-se sobre uma lei já aprovada no parlamento regional com o apoio da direita populista e do centro. Mas os Verdes e a Juventude Socialista bloquearam sua aplicação e lançaram o referendo. "Qualquer um que se torne irreconhecível cobrindo o rosto no espaço público e coloque em risco a segurança pública ou a paz social e religiosa será punido com uma multa", diz a lei. Segundo Fredy Fässler, socialista encarregado da segurança e da justiça neste cantão, a imprecisão do texto é um problema.

Em que momento uma mulher com burca representa um perigo? Além disso, os detratores da lei "temem sanções imprevisíveis e arbitrárias".

Liberdade religiosa

A Suíça não é a única. A Dinamarca já proibiu as mulheres deixarem de usar o nicabe (véu que cobre o rosto e só revela os olhos) e a burca. Até o hijab (o véu que cobre só o cabelo e o pescoço) também está na mira do veto. Há uma discussão semelhante na França, Bélgica, Bulgária, Áustria, Itália e Alemanha. Porém, as muçulmanas defendem a liberdade religiosa e o direito de usar os trajes do Islã.