Diplomatas russos serão expulsos em 21 países

Aliados dos EUA se unem em retaliação a Moscou e prometem mais ações para punir suposto ataque químico

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, advertiu que "medidas adicionais, incluindo mais expulsões, não estão excluídas nos próximos dias"
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Washington/Moscou. Em sua ofensiva diplomática contra a Rússia, o Reino Unido recebeu, ontem, um apoio explícito da maioria dos países aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos EUA.

Os governos de EUA, Canadá, Austrália e 18 países europeus expulsaram, de forma coordenada, ontem, 117 diplomatas russos, vários deles acusados de espionagem, como resposta ao ataque químico contra um ex-agente duplo no Reino Unido.

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Trata-se de uma reação em bloco ao ataque químico contra o ex-agente Serguei Skripal e sua filha, que ocorreu no início de março em Salisbury, sul da Inglaterra, em um atentado que o governo britânico atribui à Rússia. O governo russo, por sua vez, reagiu com firmeza e afirmou que a decisão conjunta de expulsar diplomatas era um "gesto provocativo".

O passo mais enérgico foi dado pela Casa Branca, que ordenou a expulsão de 60 diplomatas russos - incluindo 12 que trabalham na representação do país na ONU-, acusando-os de serem "oficiais de inteligência".

Além disso, o presidente dos EUA determinou o fechamento do consulado russo na cidade de Seattle, no noroeste do país, em razão de sua proximidade da base de submarinos de Kitsap e da base da Boeing. Assim, os 12 russos que atuam na representação perante a ONU e os outros 48 credenciados em Washington e Nova York têm agora o prazo de uma semana para deixar o território americano.

Ação em bloco

A ordem de Trump representava a maior expulsão de funcionários russos da história. A Casa Branca disse que a medida foi tomada "em conjunto com nossos aliados e parceiros da Otan em todo o mundo". Enquanto isso, na Bulgária, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, anunciou que "em conjunto, 14 países da União Europeia decidiram expulsar diplomatas russos". Tusk disse que "novas medidas adicionais, incluindo mais expulsões, não estão excluídas nos próximos dias".

Alemanha, França e Polônia expulsaram cada um quatro diplomatas russos; República Checa e Lituânia três; Itália, Dinamarca e Holanda dois, e Letônia, Estônia e Finlândia um. Os outros três países que ordenaram expulsões são Romênia, Suécia e Croácia. As medidas afetam no total mais de 30 diplomatas.

Simultaneamente, o governo canadense anunciou a expulsão de quatro diplomatas russos, enquanto as autoridades da Ucrânia informaram a ordem de saída de 13 representantes diplomáticos russos.

Em postagem no Twitter, o ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, agradeceu a "extraordinária resposta de nossos aliados".

Moscou reagiu energicamente. "Esta decisão hostil não ficará sem resposta", garantiu a chancelaria da Rússia. O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, reiterou que o governo russo não tem responsabilidade no ataque contra Skripal e sua filha.