Crítico da monarquia saudita foi esquartejado, diz CNN

Desaparecimento do jornalista dissidente Jamal Khashoggi, no consulado do país na Turquia, gerou uma crise diplomática

Escrito por Redação ,
Legenda: Jamal Khashoggi era colaborador do jornal americano "Washington Post"
Foto: AFP

O corpo do jornalista saudita que teria sido morto no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, foi mutilado depois de morto, divulgou, ontem, a rede de notícias CNN, com base em relato de uma fonte turca envolvida nas investigações. O prédio no qual o consulado funciona foi alvo de perícia no início desta semana.

Jamal Khashoggi residia nos Estados Unidos e trabalhava para o jornal "The Washington Post". Ele desapareceu depois de ir ao consulado saudita em solo turco para resolver pendências documentais no último dia 2 de outubro. Nunca mais foi visto. Como colaborador do jornal, escreveu diversas vezes sobre sua terra natal, incluindo críticas à guerra do país no Iêmen, a recente disputa diplomática com o Canadá e a prisão de ativistas dos direitos das mulheres.

Ainda segundo a CNN, a expectativa é a de que a Arábia Saudita reconheça que Khashoggi tenha morrido durante interrogatório realizado no consulado, marcando uma mudança na postura do país, que antes negava veementemente qualquer envolvimento no sumiço do jornalista.

O desaparecimento de Khashoggi desencadeou uma crise diplomática entre Arábia Saudita, EUA e Turquia e repercutiu negativamente mundo afora, com potencial de se agradar com o andamento das investigações.

Na ONU, a alta comissária das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, pediu os governos da Arábia Saudita e Turquia que "revelem tudo o que sabem" sobre o caso. No mercado financeiro, executivos-chefes dos bancos HSBC, Credit Suisse e Standard Chartered, desistiram de participar de uma conferência na Arábia Saudita, conhecida como Iniciativa de Investimento Financeiro.

O presidente americano, Donald Trump, declarou, ontem, que o príncipe saudita Mohamed bin Salman negou saber que aconteceu no consulado da Arábia Saudita em Istambul no dia em que Khashoggi desapareceu, e que ele prometeu uma investigação.

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