Coreias anunciam reunião em 27 de abril

Após a tensão de 2017, os dois países avançam na agenda diplomática para restabelecer clima de paz na península

Escrito por Redação ,
Legenda: Kim Jong-un (e), líder da Coreia do Norte, e Moon Jae-in (d), dirigente do Sul, vão a Panmunjom, vila onde o cessar-fogo na Guerra (1950-1953) foi assinado
Foto: Fotos: AFP

Seul/Pyongyang. A reunião de cúpula entre os governantes da Coreia do Sul e da Coreia do Norte, Moon Jae-in e Kim Jong-un, será no dia 27 de abril, anunciaram, ontem, as autoridades de Seul, após uma série de reuniões entre as duas partes na Zona Desmilitarizada. Kim tem ainda uma cúpula prevista com o presidente dos EUA, Donald Trump, em maio.

"De acordo com a vontade dos dois líderes, o Sul e o Norte concordaram em realizar cúpula Sul-Norte 2018 em 27 de abril na Casa da Paz sul-coreana de Panmunjom", citou o comunicado conjunto lido pelas delegações dos dois países.

O vilarejo de Panmunjom, localizada na fronteira e situada na Zona Desmilitarizada entre os dois países, foi o cenário da assinatura do armistício da guerra da Coreia (1950-1953).

Kim será o primeiro governante norte-coreano a pisar em território sul-coreano desde o fim da guerra. Segundo a versão oficial norte-coreana, seu avô e predecessor Kim Il Sung entrou várias vezes em Seul durante o conflito, cidade que caiu em duas ocasiões sob o controle das forças norte-coreanas.

Os países já celebraram duas reuniões de cúpula, em 2000 e em 2007, mas ambas aconteceram em Pyongyang.

Os Jogos Olímpicos de Inverno, organizados em fevereiro pela Coreia do Sul, estimularam uma rápida aproximação entre as duas Coreias.

Distenção

Esta fase de distensão acontece após vários anos de tensão com os programas balístico e nuclear da Coreia do Norte, que acirraram os ânimos e provocaram uma troca de ofensas pessoais e ameaças de guerra entre Trump e Kim, em 2017. No começo desta semana, Kim visitou a China em sigilo. A escolha de Pequim para sua primeira viagem ao exterior desde que assumiu o poder, no fim de 2011, parece demonstrar o retorno da diplomacia chinesa ao primeiro plano.

China e Coreia do Norte são aliados desde que lutaram juntas na guerra da Coreia. Pequim é o principal sócio econômico do regime de Pyongyang.

Japão

O Japão revelou que iniciou conversas com a Coreia do Norte por meio de sua embaixada em Pequim, num sinal de que Tóquio não quer ser deixado de lado na recente onda de diplomacia.

Ontem, o principal assessor do primeiro-ministro Shinzo Abe, o secretário de gabinete Yoshihide Suga, disse que Tóquio e Pyongyang iniciaram conversas através de suas embaixadas na capital chinesa e por vários "outros meios".

Assim como os EUA, o Japão se preocupa com o desenvolvimento de mísseis e armas nucleares pela Coreia do Norte. Tóquio também quer abordar com Pyongyang a questão de japoneses que foram sequestrados pelo regime norte-coreano nas décadas de 1970 e 1980.