Comandante do Exército é preso

Escrito por Redação ,
Legenda: Presidente Tabaré Vázquez lembrou veto da Constituição a manifestações políticas por chefes militares
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Montevidéu. O presidente do Uruguai, Tabaré Vázquez, ordenou a prisão do comandante do Exército, Guido Manini Ríos, por 30 dias, após este se pronunciar publicamente contra um projeto de lei patrocinado pelo governo.

Manini Ríos se manifestou contra uma reforma do sistema de pensões militares e uma nova lei orgânica para as Forças Armadas e considerou que o ministro do Trabalho, Ernesto Murro, não estava bem informado sobre seus efeitos. A detenção conta a partir de segunda-feira (17).

Em seu site, o governo informou que a Constituição uruguaia estabelece que "os militares não podem interferir com opiniões sobre projetos de lei".

O presidente do Uruguai comentou a decisão durante entrevista coletiva: "A decisão de detenção por 30 dias do comandante em chefe do Exército, general Guido Manini Ríos, foi tomada por múltiplas situações que mereceram na época advertências, que contrariam regulações e artigos constitucionais".

Vázquez acrescentou que "foi considerado o artigo 77 da Constituição da República, que em seu parágrafo 4 não permite, nem ao Presidente da República nem aos militares, exercer qualquer tipo de atividade política, exceto o voto".

Sobre isso, disse que "o comentário do comandante em chefe de um projeto de lei que está em discussão no Parlamento é uma atividade política".

Segundo o jornal "El País", Manini Ríos está fora do país participando de atividades do Exército e retornará na próxima terça-feira (18).

Redes sociais

Não é a primeira vez que Manini Ríos se envolve em polêmicas e ele costuma ser bem ativo nas redes sociais.

Em julho, ele fez uma homenagem a Artigas Álvarez, assassinado em 1972, irmão do ex-ditador Gregório Álvarez.

Em novembro do ano passado, a organização Mães e Famílias de Detidos Desaparecidos da ditadura militar uruguaia acusou o comandante-chefe de ter indicado uma falsa localização dos restos mortais de um desaparecido em um prédio pertencente às Forças Armadas.