Causa de tsunami indonésio, vulcão Anak Krakatoa perde 2/3 de sua altura

Após a erupção, parte da cratera desabou no oceano causando o tsunami entre as ilhas de Java e Sumatra

Escrito por Redação ,
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Foto: AFP

O vulcão Anak Krakatoa, causador do tsunami que deixou mais de 400 mortos na semana passada na Indonésia, perdeu dois terços de sua altura após a erupção causadora da tragédia. Uma análise visual realizada pela Agência de Vulcanologia da Indonésia chegou a essa conclusão: o Anak Krakatoa, com 338 metros de altura, agora mede apenas 110 metros.

Parte da cratera desabou no oceano após a erupção, provocando o tsunami. A agência indonésia estima que entre 150 e 180 milhões de metros cúbicos de rocha e cinzas caíram no mar.

Imagens de satélite tiradas antes e depois da erupção pela agência espacial japonesa mostram que 2 km² da ilha vulcânica onde o Anak Krakatoa está localizado foram engolidos pelas águas.

Segundo as autoridades, 426 pessoas morreram na catástrofe. Mais de 40 mil pessoas foram evacuadas por medo de um novo tsunami, enquanto o Anak Krakatoa ainda está ativo.

Desde julho, o vulcão está em atividade com frequentes erupções moderadas. Cinzas vulcânicas caíram sob a província de Banten, obrigando as autoridades de aviação a redirecionar os voos.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, prometeu comprar os dispositivos para o sistema de alerta. A região onde está o vulcão é uma das principais áreas turísticas do país.

Novos tremores

Uma semana após o tsunami que atingiu a costa da Indonésia, o país ainda vive sob a sombra de uma nova tragédia.

Há alerta para um segundo tsunami e houve tremores de terra recentes.

Diante do cenário, o governo indonésio determinou a retirada dos moradores da região do Estreito de Sunda.

O porta-voz da Agência Nacional de Gerenciamento de Desastres, Sutopo Purwo Nugroho, afirmou que foi identicado um total de 40.386 moradores retirados de suas residências nas províncias de Banten e Lampung.

Especialistas em vulcões no país e autoridades de desastres aconselharam moradores e turistas a não realizar atividades em um raio de 1 km da costa, ao longo do estreito entre as ilhas de Java e Sumatra, por medo de um novo tsunami.

No tsunami, ondas de até 5 metros de altura destruíram pelo menos 1.296 casas, 78 hotéis e vilas, além de 434 navios nas regiões de Pandeglang. Mais de 490 mortes foram confirmadas nas áreas de Serang, Panawaraan e Tenggamus, além da de Lampung.

Tartarugas

As equipes de emergência mobilizadas no litoral indonésio devastado pelo tsunami também trabalham para resgatar as tartarugas marinhas. Na quinta, quatro voluntários foram necessários para liberar uma grande tartaruga de uma espécie em extinção, que estava presa e coberta de escombros, e devolvê-la ao mar.

"A tartaruga era realmente grande. Estava presa em uma pilha de lixo, quase de cabeça para baixo", afirmou Adi Ayangsyah, membro de uma equipe de socorristas em Lampung. Ele disse que a tartaruga pesava "provavelmente 30 quilos". Desde o tsunami, as equipes de emergência resgataram 15 tartarugas na mesma região. "Acreditamos que foram arrastadas para terra pelo tsunami", explicou Teguh Ismail, diretor da Agência de Proteção do Meio Ambiente em Lampung.

"Mas não estavam feridas e conseguimos devolvê-las à água", disse.

Quase uma semana depois da tragédia, as esperanças de encontrar sobreviventes são praticamente nulas, mas as equipes continuam procurando vítimas, incluindo animais.

"Para nós, todas as vidas são importantes. Tentamos salvar os humanos, assim como os animais", declarou.

Casas destruídas

A Indonésia elevou, na quinta, o nível de alerta para o vulcão. Esta é a terceira catástrofe natural grave registrada na Indonésia nos últimos seis meses, após uma série de terremotos que atingiu a ilha de Lombok em julho e agosto e do tsunami que devastou Palu, na ilha Célebes, em setembro. Esta tragédia deixou 2.200 mortos e milhares de desaparecidos.

A Indonésia fica no Círculo de Fogo do Pacífico, onde se encontram placas tectônicas e que registra grande parte das erupções vulcânicas e terremotos do planeta. O país tem 127 vulcões ativos. A Indonésia ainda contabiliza os mortos da onda gigante. O vulcão que causou o tsunami perdeu altura após cratera cair.