Ao menos, 48 morrem em naufrágio na Tunísia

Já na Espanha, o serviço de resgate salvou 240 pessoas, mas uma pessoa se afogou na travessia

Escrito por Redação ,

Sfax/Pozzallo. Pelo menos 48 migrantes morreram e outros 68 puderam ser resgatados em frente à costa do sul da Tunísia, informou ontem o ministério de Defesa em balanço ainda provisório, publicado às 19h do horário local (15h em Fortaleza), após o fim das operações de resgate, que deverão ser retomadas hoje pela amanhã, segundo o coronel Mohamed Salah Sagaama, comandante da base naval de Sfax.

Na madrugada de ontem, uma embarcação com migrantes a bordo foi detectada quando se encontrava "a ponto de afundar", na costa de Sfax, havia informado mais cedo o ministério do Interior.

Não foi informada a identidade das pessoas mortas. Entre os sobreviventes há 60 tunisianos e sete cidadãos da Costa do Marfim, do Mali, do Marrocos e de Camarões, acrescentou o porta-voz. "Éramos cerca de 180 pessoas a bordo da embarcação que media cerca de 9 metros e onde não cabiam mais de 70 pessoas", disse um sobrevivente à rádio tunisiana Mosaico FM.

Europa

O serviço de resgate marítimo da Espanha resgatou 240 pessoas, mas uma pessoa se afogou ao tentar cruzar o Mar Mediterrâneo a partir do norte da África.

Ao todo, o serviço disse que resgatou as 240 pessoas de 11 pequenos barcos que tentavam atravessar perigosamente as costas africanas para a Espanha entre sábado (2) e domingo.

O serviço disse ontem que seus agentes detectaram um corpo flutuando embaixo d'água depois que o navio de resgate salvou 41 migrantes de um barco afundado. A ONU diz que pelo menos 660 migrantes já morreram atravessando o Mediterrâneo neste ano. Ao longo dos primeiros quatro meses de 2018, um total de 22.439 migrantes chegou às costas europeias.

Em meio à continuidade da crise migratória e em um contexto de mudança de poder na Itália, Matteo Salvini, o líder da ultra-direita Liga e novo ministro do Interior italiano, prometeu ontem na Sicília utilizar o "bom senso" para acabar com naufrágios e chegadas de migrantes e evitar que a Itália seja "o campo de refugiados" da Europa.

"Não temos uma linha dura, mas uma linha de bom senso", insistiu Salvini, que viajou para a ilha no sul do país para apoiar os candidatos locais de seu partido, que em sua época separatista proferia palavras duríssimas contra essa região do país.

Ele foi recebido por simpatizantes entusiastas, mas também por manifestantes da esquerda, embora em menor número.

"Ninguém me tira a certeza de que a imigração clandestina é um negócio. Ver que há gente que ganha dinheiro às custas de crianças que depois morrem me indigna", disse após morte de pelo menos 58 migrantes em naufrágios registrados na Tunísia, Turquia e Espanha.

"Acho que é melhor gastar o dinheiro nos países de origem. Mas se há ONGs que querem fazer trabalhar de graça, tudo bem", acrescentou.