Unidos do Pajeú de volta ao carnaval de rua de Fortaleza

Escrito por Redação ,
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Após 26 anos de jejum, a escola de samba volta, prestando uma homenagem aos 100 anos do TJA

Foi em 1983, com o enredo "Mãe África", que a Escola de Samba Unidos do Pajeú fez a sua última apresentação no carnaval de rua de Fortaleza. Passados 26 longos anos, finalmente ela está de volta. "Para abrilhantar a chama do carnaval de rua de Fortaleza", como ressaltou o presidente da escola de samba, Aluísio Silva, 70.

Ele disse que já havia praticamente desistido de ver a agremiação voltando a se apresentar, mas, com muita força de vontade e apoio daqueles que fizeram e fazem parte dessa história, em 2010, a Unidos do Pajeú está de volta e promete emocionar o público na terça-feira de carnaval, quando fará, oficialmente, o retorno na Avenida Domingos Olímpio.

Fazer um enredo em homenagem ao Theatro José de Alencar era um sonho antigo de "Seu" Aluísio, e não havia data melhor do que o centenário do TJA. Ele conta que, ao procurar a direção, a ideia foi de pronto atendida, tanto que, além de ceder o espaço para os ensaios, muitos funcionários, entusiasmados com a homenagem, vão desfilar na agremiação.

Alas

A diretora administrativa do TJA, Sileda Franklin, 52, é uma das que vai desfilar na Unidos do Pajeú. "Tem funcionário do Theatro na comissão de frente, no setor das baianas, em todas as alas", assegurou. Ela afirma que todas as alas e alegorias farão alusão à história do Theatro, por meio de personagens do escritor José de Alencar.

"Nos 100 anos do Theatro José de Alencar, a Pajeú é o show" é o tema do samba-enredo escolhido. A letra e a música são composições dos cearenses Ribeiro e Batinha. "Abrem-se as cortinas, o show vai começar, em vermelho e branco, a Pajeú vem mostrar o cenário dos cem anos do Theatro José de Alencar", diz parte da letra.

Novidades

Desde menino, o coreógrafo e ex-bailarino Alberto Jorge Monteiro, 52, sai no carnaval com a Unidos do Pajeú. Para ele, a volta da escola de samba este ano foi uma das melhores surpresas de sua vida.

Quando a Pajeú acabou, em 1983, Alberto Jorge foi trabalhar em outros estados, sempre com carnaval. Mas quando soube que a escola iria voltar, veio para Fortaleza, imediatamente, para ser o coreógrafo da comissão de frente do bloco.

Sem adiantar mais detalhes das surpresas, disse apenas que a Pajeú vem, este ano, em nível de escola de samba do Rio de Janeiro, trazendo novidades que prometem emocionar o público. "Ela vai sair luxuosa na avenida", garantiu.

Ensaios

A agremiação é formada por cerca de 500 pessoas, divididas em 12 alas, sem contar com os destaques e a comissão de frente. Os ensaios ocorrem todas as sextas-feiras, das 18h às 21h, nos jardins do TJA.

Durante um dos ensaios, nessa sexta-feira, foi possível ver os participantes já em ritmo de carnaval, com o enredo na ponta da língua e o samba no pé.

Conforme informou o presidente da Escola, 70% das alas já estão organizadas. Para o grande dia do desfile, estão faltando apenas os carros alegóricos.

Ele disse que, para levar a Pajeú à Avenida, serão gastos em torno de R$ 100 mil. "Tivemos de comprar tudo novo: adereços, fantasias, carros alegóricos, abre-alas, alegorias de mão, bateria, composição de enredo", comentou.

Recursos

Somente ele já gastou em torno de R$ 30 mil com os preparativos, compromissos que ele fez contando com o subsídio financeiro que a escola receberá da Secretaria da Cultura do Estado e da Prefeitura de Fortaleza.

FIQUE POR DENTRO
Histórico

20 de janeiro de 1973 é a data de fundação da Escola de Samba Unidos do Pajeú. Nessa época, de acordo com o presidente da agremiação, Aluísio Silva, 70 anos, participavam de um grupo carnavalesco chamado Corte do Samba, e, após uma dissidência, fundaram a Unidos do Pajeú. Mas, em decorrência de problemas de saúde, ele teve de se afastar. Como não havia ninguém para tomar a frente, a Pajeú findou acabando. Desde então, "Seu" Aluísio passou a participar dos carnavais somente na organização. Segundo relata, todos os anos, as pessoas cobravam a volta da Unidos do Pajeú. Aquilo o entusiasmou, diz ele. Até que, este ano, com o objetivo de realizar o sonho de homenagear o Theatro José de Alencar, o grupo novamente se uniu e traz de volta a escola. Para o carnavalesco, esse retorno gera uma grande emoção. Conforme ele, é como ser pai de um filho de novo. Em relação ao desfile, Aluísio garante que a expectativa é de grande sucesso. Ele ressalta que a agremiação foi a única escola de samba do Ceará a receber a taça "Náutico Atlético Cearense", por ter adquirido o tricampeonato (1977, 1978 e 1979), anos nos quais presidiu a agremiação. O presidente de Honra, Gurgel do Amaral, também vai para a avenida

LUANA LIMA
ESPECIAL PARA CIDADE

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