Rua deveria integrar 'trajeto turístico'

Escrito por Redação ,
Legenda: Há um ano, via recebeu nova iluminação, calçadas mais largas e acessíveis, ciclofaixas e nova sinalização para veículos
Foto: Foto: Fabiane de Paula

Entroncada entre equipamentos culturais e históricos da Capital - e, ao mesmo tempo, isolada. Assim é descrita a Rua José Avelino pelo professor da Pós-Graduação em Avaliação de Políticas Públicas da Universidade Federal do Ceará (PPGAPP/UFC), José Almir Farias Filho. "Essa via é um erro desde a época da construção do Dragão do Mar. Deveria ser um projeto integrado ao entorno, e o que aconteceu é que foi abandonada, porque as iniciativas de uso não deram certo".

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Segundo analisa o urbanista, a Avelino tem potencial para ser parte de um trajeto de cultura, lazer e valorização do Centro, mas "falta projeto" para viabilizar o percurso. "O fluxo de pessoas circulando a pé que poderia existir entre a Praia de Iracema revitalizada, o Dragão do Mar e o Mercado Central é enorme. Mas ninguém faz, porque não tem segurança, iluminação, sinalização", lamenta Farias.

A exemplo da rua tradicionalmente ocupada por feirantes, o inchaço desordenado dos espaços públicos do Centro de Fortaleza pelo comércio é apontado pelo especialista como um "problema de alta complexidade", que requer ações muito mais profundas do que a repressão.

"A crise econômica leva mais pessoas à rua a cada dia, é uma questão de sobrevivência. É preciso dar assistência educacional, capacitá-las, porque disciplinar esse uso do espaço urbano é algo para muito além de pegar 2 mil homens da Guarda Municipal e impedir o uso das ruas", sugere, reconhecendo, porém, a tarefa como desafio.

Questionada pela reportagem sobre a existência de projetos ou atividades para incentivar a ocupação da Rua José Avelino durante os fins de semana, para além do comércio, a Secretaria Regional do Centro (Sercefor) não forneceu a informação.

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