Pesquisadores brasileiros e franceses discutem o futuro do Semiárido em reunião

O monitoramento das secas e o desenvolvimento sustentável foram abordados durante o evento, na Casa de José de Alencar

Escrito por Redação ,

Mudanças climáticas, desertificação e limitações socioeconômicos. Os três fatores que agravam a realidade do Semiárido nordestino, já repleta de desafios, são foco do debate promovido durante a 2ª Reunião da Rede Franco-Brasileira pelo Desenvolvimento Sustentável no Semiárido do Nordeste (ReFBN), nesta segunda (26) e terça-feira (27). O evento acontece na Casa de José de Alencar, no bairro Messejana.

Fundamentada em uma abordagem multidisciplinar e pluriinstitucional, e inspirada em experiências desenvolvidas em outras regiões do mundo, a Rede se propõe a mobilizar competências em três sistemas fundamentais da sustentabilidade em meios semiáridos: os sistemas hídricos, ecológicos e socioeconômicos. 

O primeiro dia de reunião contou com a presença de representantes da Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, em francês), do Centro Francês de Pesquisa Agrícola para o Desenvolvimento Internacional (Cirad, na sigla francesa), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

“A história de cooperação entre o governo do Estado e a França já vem de algum tempo. Agora, estamos trazendo um pesquisador do Cirad, que vai passar pelo menos dois anos no Ceará”, afirma Eduardo Sávio Martins, presidente da Funceme. Segundo ele, a ideia é ter melhorias no que diz respeito ao manejo da agricultura irrigada e familiar, com dispositivos de monitoramento do consumo da água nesse setor.

“Nós estamos encaminhando os estudos que são mais aplicados às perguntas da realidade cotidiana e das mudanças climáticas. Estamos trabalhando para o desenvolvimento sustentável das gerações futuras”, diz Marie-Pierre Ledru, do IRD Brasil. Para ela, é necessário conhecer melhor os recursos da biodiversidade da caatinga. “Nos próximos dez anos, queremos desenvolver práticas para preservar os recursos hídricos da região”, ressalta.

Durante o segundo dia de reunião, serão realizados três ateliês: “Água e gestão dos recursos hídricos”; “Solos, transição agroecológica, Biodiversidades”; e “Dinâmicas socioeconômicas”, visando permitir a identificação dos objetivos, meios e campos para os próximos dez anos no Nordeste.

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