Pane em semáforos é problema recorrente em dias de chuva

Numa manhã em que a Capital registrou 4,2 milímetros de precipitação, mais de 70 semáforos em vias importantes e movimentadas pararam de funcionar - confirmando um cenário já comum em tempo chuvoso

Escrito por Theyse Viana , theyse.viana@diariodonordeste.com.br
Legenda: Na manhã de ontem, 72 semáforos travaram ou apagaram totalmente nas vias, conforme a AMC
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Três fatos já são certos de acontecer quando chove em Fortaleza: população feliz com a temperatura amena, ruas alagadas em diversos bairros e trânsito caótico em algumas das principais avenidas da cidade. Esta última situação é agravada por um problema também recorrente em tempo chuvoso, completando o cenário de um local que, de tão desacostumado com precipitações, se desorganiza: a pane nos semáforos da Capital.

Na manhã de ontem, quando choveu cerca de 4,2 milímetros no litoral fortalezense, de acordo com a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme); 72 semáforos travaram ou apagaram totalmente nas vias, conforme contabilizou a Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Os problemas complicaram o trânsito em algumas das avenidas mais movimentadas de Fortaleza, como Av. Domingos Olímpio, no bairro José Bonifácio; Avenida Duque de Caixas e General Sampaio, no Centro; Avenida Bezerra de Menezes, na altura do bairro São Gerardo; e Avenida Luciano Carneiro, no Parreão.

Em alguns desses locais, agentes da AMC e da Operação Via Livre auxiliavam no ordenamento do tráfego e na orientação dos motoristas. Em pontos desguarnecidos dos profissionais, os congestionamentos se estenderam e exigiram paciência dos condutores dos veículos.

Atualmente, Fortaleza dispõe de 894 semáforos, sendo 492 (55%) centralizados e 402 (45%) convencionais, diferença fundamental na agilidade de solução de problemas técnicos, segundo a AMC. "Com a tecnologia de semáforos centralizados, as vias de maior fluxo são priorizadas em tempo real, sendo atribuído maior tempo de verde para elas. Outra vantagem é a possibilidade de comunicação direta com o órgão de trânsito, permitindo a detecção de falhas de forma imediata e agilizando os serviços de manutenção".

Sobre os equipamentos travados (ou "piscantes", como a autarquia define), a autarquia explicou, em nota, que "todos são decorrentes de oscilação na rede de energia elétrica da Enel", informando ainda que "cerca de 30% da rede semafórica da cidade conta com nobreaks", ferramentas que impedem que os equipamentos parem de funcionar em situações de oscilação das correntes.

Quanto aos sinais apagados, o órgão afirmou ainda não saber se a causa foi também a instabilidade da rede elétrica ou se a falha é dos próprios equipamentos, diagnóstico que "está sendo averiguado" por técnicos da AMC.

Alagamentos

Se em alguns pontos os carros se amontoam, em outros eles nem conseguem chegar. É o caso de várias ruas do bairro Aerolândia, na Regional VI, área que já é considerada ponto crítico na Capital. O cruzamento entre as ruas Tenente Jaime Andrade e Major Gerardo Mendes, por exemplo, ficou intransitável: no pouco tempo em que a nossa reportagem permaneceu lá, pelo menos quatro veículos que se arriscaram em uma verdadeira correnteza de água suja apresentaram problemas.

Já no Centro, quem conhece a cidade sabe que é preciso evitar a Avenida Duque de Caxias em dia de chuva. Ontem não foi diferente: com bocas de lobo estouradas, esgoto e lixo se misturavam e compunham o alagamento em vários pontos.

Segundo o supervisor da Unidade de Tempo e Clima da Funceme, Raul Fritz, a atuação de um Cavado de Altos Níveis (CAN) no leste do Nordeste contribuiu para as precipitações mais ao sul do Estado. Já no litoral cearense, as chuvas estão associadas à aproximação da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT). A previsão da Funceme para este fim de semana é de nebulosidade variável com possibilidade de chuva em todas as regiões.

 

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.