Pacientes voltam ao Frotinha após sete dias

Serviços que estavam suspensos por falta de energia foram retomados na tarde do último sábado (29)

Escrito por Roberta Souza - Repórter ,
Legenda: Nesse domingo (30), a movimentação estava tranquila, e os pacientes reclamavam principalmente da demora no atendimento, questionando a quantidade de médicos em plantão
Foto: FOTO: FABIANE DE PAULA

Com o braço imobilizado, a farmacêutica Elenice Lima Ferreira, 55, aguardava atendimento por mais de duas horas na tarde desse domingo (30) no Hospital Distrital Edmilson Barros de Oliveira, o Frotinha de Messejana. Ela estava retornando na tentativa de fazer um raio-x, já que desde o dia 22 de setembro, com o problema de fiação que havia afetado a energia do hospital, procedimentos como esse não estavam sendo realizados. Foi a regularização da situação na tarde de sábado (29) que a levou de volta ao local.

"Eu vim aqui domingo passado, dia 23, porque o médico que está acompanhando meu caso só vem nesse dia, mas não pude ser atendida. Minha licença do INSS venceu dia 24 e eu ainda não sei se posso voltar para o trabalho porque ainda não fiz o raio-x", desabafou a farmacêutica. Elenice está há 50 dias com o braço imobilizado, após quebrar o punho ao cair da escada rolante de um shopping.

No início da tarde de ontem, a paciente tinha uma previsão de ser atendida apenas às 19h, situação amenizada com a presença da reportagem.

Em situação parecida estava o vendedor Francisco Gilaylson Mesquista Silva, 37, com o pé quebrado há 24 dias. "Eu tinha que fazer um retorno dia 23, mas o raio-x não estava funcionando. Até tentei ir em outro hospital, mas disseram que eu só podia ser acompanhado onde já tinha sido atendido inicialmente. Enquanto isso, fiquei sentido dor", reclamou.

Abastecimento

A unidade de saúde funcionou parcialmente durante sete dias por conta de "um defeito na fiação interna", segundo a Enel Distribuidora. A situação deixou suspensos serviços básicos, a exemplo do raio-x citado pelos pacientes.

Na última quarta-feira (26), membros do Ministério Público do Ceará (MPCE) visitaram as instalações do hospital e deram um prazo de 48 horas para a resolução do problema.

O prefeito Roberto Cláudio informou por meio de redes sociais que a Prefeitura iria trabalhar para resolver até o fim da manhã de sexta-feira (28). No entanto, a situação estendeu-se até a tarde de sábado (29). Nesse domingo (30), a movimentação estava tranquila, e os pacientes reclamavam principalmente da demora no atendimento, questionando a quantidade de médicos em plantão.

Enfermeira do hospital há mais de 30 anos, Dalvanir Bastos garantiu que a equipe estava completa, com dois traumatologistas, dois clínicos-gerais, três cirurgiões, dois anestesistas, além do grupo de enfermagem. Ela afirmou que o atendimento estava "normal" e que a máquina de raio-x já estava atendendo os pacientes com traumas em braço e perna. O tempo de espera dos enfermos, porém, seguiu incerto pelo resto do dia.

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.