Pacientes com fraturas faciais não usavam capacete

Segundo estudo, mais de 75% das vítimas de acidentes de moto, que quebraram ossos da face, não utilizavam o equipamento; 73,2% não têm CNH 

Escrito por Barbara Câmara , redacao@diariodonordeste.com.br

Homens, com idade entre 21 e 40 anos, conduzindo motocicletas sem capacete e carteira de habilitação. Exceto aos olhos de fiscais de trânsito, o perfil abrangente não chama a atenção. Tais características unem, porém, as vítimas de traumatismo facial em acidentes com moto no Ceará, segundo dados de uma pesquisa conduzida no Hospital Instituto Dr. José Frota (IJF).

No ano passado, durante 10 meses, 123 pacientes foram avaliados e entrevistados sob orientações do cirurgião Raimundo Thompson Gonçalves Filho, membro do Capítulo do Ceará do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (CBCTBMF).

Todas as vítimas foram submetidas à cirurgia para tratamento de fraturas faciais, porém, 49,6% delas tiveram fraturas em múltiplos pontos da face. Do total de pacientes, 75,6% não utilizava capacetes; 73,2% não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH); e 38,2% havia ingerido bebida alcoólica antes do acidente. Além das lesões na face, foram percebidas rupturas em outros ossos do corpo em 20,3% dos pacientes.

É necessária a implementação de um trabalho contínuo de campanhas educacionais para o público, com foco principal na utilização de equipamentos de segurança”, destaca o cirurgião.

Ainda segundo o estudo, 61,8% dos acidentados aconteceram em cidades do Interior do Estado do Ceará. Para o agente de trânsito do Departamento Municipal do Trânsito (Demutran) do Crato, Edilson Marques, o problema já pode ser considerado ‘cultural’. 

“São pessoas que só respeita o Código de Trânsito na presença das autoridades. Na Zona Rural, as pessoas não usam, realmente, por não quererem. Alguns acham que só é obrigatório na Capital, isso é muito frequente”, revela.

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