Revoada de Pipas movimenta o feriado

Em um área do estacionamento do Shopping Iguatemi, próxima à Avenida Sebastião de Abreu, o Dia da Criança foi celebrado com olhares voltados ao céu: a Revoada de Pipas lotou o espaço sob o sol da tarde da sexta-feira (12), onde 5 mil pipas foram distribuídas gratuitamente, mantendo o entusiasmo das famílias que aguardavam pacientemente em filas extensas para receber as peças de madeira e papel.

“A gente viu a propaganda, e ele pediu pra vir. O Pedro adora essas brincadeiras, mas nunca tinha soltado pipa, por falta de tempo, mesmo”, explica Marta Chaves, que observava de perto o filho de 8 anos.

Em consonância com a interação entre pais e filhos que se fazia notável em meio à Revoada, pilhas de exemplares do Manual da Felicidade estavam expostos aos olhares do público. Por trás da capa colorida, o caderno compila uma série de atividades manuais propostas para as crianças, desde jogos práticos até passo a passo para montar brinquedos, por vezes, com o auxílio dos pais.

A ideia social contida nas páginas propõe substituir o uso frequente de aparelhos eletrônicos, mostrando “como se brincava antigamente”, nas palavras de João Barros, diretor da Escola Waldorf Micael em Fortaleza. 

“O projeto iniciou em setembro. A ideia é que a gente fique com esse movimento até o meio de dezembro, para tocar o máximo de famílias com a ideia da retirada do eletrônico. Em contraponto, a gente tem a possibilidade de, com a arrecadação da venda do Manual da Felicidade, a construção de uma Escola Waldorf em Fortaleza, a sede própria da associação da escola”, diz.

Para Nicolas Leiva, pai de alunas da Escola, o contato com a família é tão importante quanto o distanciamento do uso constante de celulares. "A gente tenta se ‘desintoxicar’ um pouco do que é eletrônico e fazer algo mais sensorial. É também uma conexão com os filhos, uma conexão que está cada vez mais difícil", revela.

Pais e professores da Escola distribuíram-se também pelo Centro Dragão do Mar, Shopping RioMar e Teatro Celina Queiroz para divulgar a proposta social. “Acreditamos que esse brincar livre e o acesso à criatividade vão transformar as crianças e dar mais paciência à elas, vão ficar mais acolhedoras, empáticas e concentradas”, afirma Ticiana Rolim, mãe de aluno da Escola.