Motoristas rodoviários iniciam greve no Ceará
O principal impasse entre as duas classes é em relação à jornada de trabalho
Rodoviários intermunicipais e interestaduais paralisaram as atividades nesta terça-feira (10), manifestando desde as 4h da madrugada no terminal rodoviário de Juazeiro do Norte e às 9h na rodoviária Engenheiro João Thomé, em Fortaleza. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de transporte Rodoviário de Passageiros Intermunicipal e Interestadual (Sinteti), Carlos Jefferson, menos de 50% da frota em todo o Ceará não funcionou.
O principal impasse entre as duas classes é em relação à jornada de trabalho, que, na nova proposta do Sinterônibus, passaria de 44h para 24h semanais. “Um ataque”, para o Sinteti; “a realidade”, para o Sindicato patronal. “É uma questão fundamental que já existe, a do trabalhador que tem mais de um emprego para complementar a renda. Todo mundo conhece alguém nessa situação”, explica Mario Albuquerque.
“O trabalhador muitas vezes não sabe, porque o sindicato que os representa não informa direito sobre o que acontece nas reuniões. E aí os motoristas seguem em dúvida sobre a real situação, o que é um problema”, define o presidente do Sinterônibus. O Sinteti garante: a paralisação pontual, quando há greve em determinado horário, vai continuar por tempo indeterminado, ou até que as partes entrem em um acordo.
Até lá, o Sinteti trabalha para divulgar a informação de que passageiros não comprem passagens intermunicipais e interestaduais.
Maria de Lurdes Silva, 59, foi pega de surpresa pela paralisação. Viajaria para Marco, no norte do estado e, segundo ela, os funcionários da rodoviária alertaram de que o atraso não passaria de uma hora. Às 12h, ela não sabia o futuro da passagem para as 10h.