Lixo na Praia de Iracema ainda incomoda banhistas

Tanto turistas quanto fortalezenses que aproveitaram o começo do ano na praia foram surpreendidos pela sujeira remanescente

Escrito por Redação ,

Copos descartáveis, confetes, garrafas quebradas, tampinhas, guardanapos... Tanto no mar quanto na areia, esse é o retrato do Aterro da Praia de Iracema mesmo após a grande mobilização de limpeza após o Réveillon, no dia 1º de janeiro. Nesta quarta-feira (03), com a estrutura do palco ainda sendo desmontada e as toneladas de lixo já retiradas, a praia ainda se encontra suja devido à grande quantidade de resíduos deixados pelos participantes da festa, e tem os banheiros químicos ainda instalados, incomodando moradores e turistas com o cheiro desagradável.

"São tiradas toneladas daqui, o rolo é grande", diz o operador de máquina José Maria da Mota, que trabalha na praia há 13 anos, sobre a grande operação realizada na última segunda-feira (1º), como acontece todos os anos. Ele e mais três funcionários, que fazem a limpeza da Praia de Iracema de segunda a sábado, retiravam a sujeira remanescente com as máquinas de limpeza de praia, visto que os resíduos menores só podem ser retirados com equipamentos específicos.

Asfalto e calçadas passam por lavagem

A Secretaria Municipal de Conservação e Serviços Públicos (SCSP) disponibilizou cerca de 380 homens para a retirada de 71,7 toneladas de lixo da praia, segundo a Prefeitura de Fortaleza, no dia 1º de janeiro.

Entre a Avenida Rui Barbosa e a Rua Antônio Augusto, foi realizada lavagem do asfalto, e na terça-feira (2), foi a vez da lavagem no calçadão. Mesmo assim, tamanha a quantidade de lixo, sem contar o que foi carregado pelo mar, o refugo da festa resiste na areia e na água.

"Era exatamente isso que a gente estava falando, basta ver quando a onda sobe a quantidade de lixo que aparece no mar", diz a estudante Luciele Matias (20), que foi com o parceiro, Iuri de Oliveira (20), aproveitar o dia de folga no aterro. 

"É muito pela falta de educação das pessoas com o meio ambiente, os que usam são os mesmos que criticam. Não tem nenhuma conscientização, nada... Você vê muito banheiro químico, mas nenhum cesto de lixo", comenta Iuri sobre a situação.

Os banheiros químicos ainda estão alocados na praia, causando mau cheiro que se espalha por todo o trecho. A Secretaria Regional II não respondeu sobre o prazo de retirada dos equipamentos até o fechamento da matéria. 

"Estava horrível", afirma turista

Os paraenses Joel Ferreira e Roberto Azulai, que se hospedaram na Praia de Iracema para passar a virada em Fortaleza, acompanharam todo o procedimento na praia.

"Olha, até que hoje tem menos por conta das pessoas limpando. Mas no dia primeiro, mesmo, estava horrível, agora já tá bem melhor", conta Roberto. Sobre o incômodo causado pela sujeira, eles são enfáticos: "(Incomoda) demais! Na realidade, o grande problema é a educação. Eu digo que não é preciso um Réveillon para sujar uma praia", diz Joel.

Para o professor, cada participante poderia tomar consciência e fazer a sua parte, já que a consequência para o meio ambiente é muito negativa. "As pessoas tinham que vir com seus saquinhos de lixo pra colocar o seu e evitar muito transtorno, principalmente pra quem trabalha, que são os garis, não é?", reflete.

A SCSP informou existir 260 lixeiras em toda a extensão da Avenida Beira Mar, no trecho que vai do Mercado dos Peixes à Ponte Metálica, e que para o Réveillon de Fortaleza, acrescenta, foram instalados mais 7 contêineres, além dos 5 que já ficam no local normalmente. 

A Secretaria alerta, ainda, para o eventual acúmulo de lixo sobre a areia, oriundo do descarte irregular feito na água do mar. De acordo com a pasta, à medida que os resíduos vão aparecendo, passam a ser recolhidos pela equipe de varrição na operação que já ocorre diariamente. A varrição da orla, ressalta a SCSP, é realizada sete dias por semana por 58 colaboradores em dois turnos, de 8h às 16h e de 22h às 6h. 

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