Festa da Vida alerta para preservação do Parque Rio Branco
O evento integra a programação da Semana Ambiental do Ceará
A chuva que veio em intervalos nesta manhã de domingo (3) não impediu a população de se reunir no Parque Rio Branco, na Avenida Pontes Vieira, para participar de mais uma edição da Festa da Vida. Com o tema "Terra, planeta água", o evento integrou a Semana do Meio Ambiente do Ceará.
A ação ocorre desde 1998, a partir da iniciativa do Movimento Proparque. "Nós encontramos o Parque Rio Branco sendo entulhado, empresas de construção jogando entulho dentro do parque. Cobriram um dos dois braços do riacho Rio Branco. Queríamos impedir isso, então começamos a mobilizar as pessoas em 1994. No ano seguinte, criamos formalmente o Movimento e, em 1998, resolvemos fazer a Festa da Vida. Ela acontece sempre nesse espírito de divulgar o que as entidades de Fortaleza fazem em favor da vida, da natureza", explica Ademir Costa, jornalista e co-fundador do Movimento Proparque . Segundo ele, o evento também é uma oportunidade de confraternização.
No intuito de incentivar a preservação do parque, em meio à movimentação da Festa da Vida, a organização do Movimento convida biológos a comparecerem ao espaço e elaborarem pareceres a respeito do ambiente, indicando quais aspectos devem ser modificados em prol da manutenção do local. "Esse conjunto de pareceres e sugestões vão ser reunidos e levados até as entidades competentes, para que o Parque Rio Branco tenha um plano de manejo. Nós consideramos que o manejo do parque é, em muitos aspectos, inadequado", revela Ademir Costa.
Assim como o Parque do Cocó, o Parque Rio Branco representa uma Zona de Preservação Ambiental, e abriga três riachos: o do Tauape, o Rio Branco e um terceiro que ainda não possui denominação oficial.
Recursos hídricos
Como forma de destacar o tema desta edição, a Festa da Vida promoveu uma palestra com Alexandre Costa, PhD em Ciências Atmosféricas e professor da Universidade Estadual do Ceará (Uece). A proposta era debater os recursos hídricos de maneira integrada.
"Em geral, o problema da falta de água é muito simplificado, colocado mais nas costas do consumo humano, o que deixa o debate raso. Claro que as pessoas precisam tomar suas precauções em casa, conter o uso perdulário, mas têm outras questões em jogo", explica o professor.
Alexandre Costa destacou que, embora com chuvas acima da média, a recuperação dos estoques hídricos do Ceará foi muito pequena em 2018, o que aumenta o risco do fenômeno El Niño entre fim do ano e o começo de 2019. Tal evento poderia gerar uma situação de chuvas abaixo da média. "O outro aspecto é a mudança climática. Com isso e o aquecimento global, é preciso ter mais zelo ainda pelos estoques hídricos", destaca.
Semana do Meio Ambiente