Climatempo: El Niño pode enfraquecer ação da Zona de Convergência sobre o Ceará em 2019

A Zcit é um dos principais indutores de precipitações no Estado.

Escrito por Redação ,

O verão no Hemisfério Sul começa no dia 21 de dezembro e segue até 20 de março. A estação deve trazer implicações para o Ceará, cuja quadra chuvosa ocorre de fevereiro a maio e abrange parte do período. Segundo prognóstico do Climatempo, o fenômeno El Niño deve enfraquecer a ação da Zona de Convergência Intertropical (Zcit) sobre o Estado, em 2019. A Zona é um dos principais indutores de precipitações por aqui.

Em janeiro, as regiões mais ao Norte do Ceará continuarão sendo afetadas pela umidade que vem do oceano, trazendo chuvas levemente acima da média do mês. Em fevereiro, o cenário começa a mudar, e o Centro-Sul deve sofrer mais com a falta de chuvas. Março, último mês do verão, não será totalmente seco, mas as chuvas ficarão mal distribuídas em todo o Estado.

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Segundo a meteorologista Graziella Gonçalves, o El Niño, embora fraco, impacta no regime de chuvas da região Nordeste. O fenômeno se caracteriza pelo aquecimento anormal das águas do Oceano Pacífico. Na região mais próxima ao Brasil, atualmente, há um desvio positivo de 0.8 ºC.

“Não adianta esperar todo um momento úmido como vem acontecendo nas últimas semanas”, explica Gonçalves. Conforme a meteorologista, o El Niño enfraquece os ventos alísios, que formam a Zcit, e comprometem uma maior aproximação da Zona ao Ceará. “A Zcit ‘desce’ principalmente entre fevereiro e março, mas faz tempo que ela não dura mais que abril”, esclarece.

O Climatempo ressalta que o El Niño deve durar cerca de 6 meses (geralmente, ele pode se estender por 18) e não terá características tão bem marcadas como o que ocorreu entre 2015 e 2016. Naquele ano, a quadra chuvosa foi 45,2% menor em relação à média para os meses de fevereiro, março, abril e maio. 

“Até agora, não vimos seca no Nordeste que seria mais típica do El Niño. Isso porque ainda não tivemos o que chamamos de acoplamento oceano-atmosfera. A atmosfera não está seguindo o aquecimento do oceano. Mesmo com temperaturas dignas de El Niño, ainda não vimos esse impacto”, completa Graziella.
 

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