Ceará tem 67% de chance de retorno do "El Niño" ainda em 2018, informa Funceme

O impacto do fenômeno representa ainda uma possível quadra chuvosa "abaixo da média" para o próximo ano

Escrito por Redação ,

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) revelou que, para o trimestre entre dezembro (2018) a fevereiro (2019), a chance de ocorrência do "El Niño" é de 67%. Os efeitos climáticos causados pelo fenômeno representam uma possível quadra chuvosa "abaixo da média" para o próximo ano. As informações foram repassadas pelo meteorologista da Funceme, David Ferran.

Para a meteorologista Graziella Gonçalves, do Climatempo, “a probabilidade (de quadra chuvosa abaixo da média) é alta sim”. A especialista informa que, mesmo sem a concretização do El Niño, “só o fato de a gente estar com um viés mais quente no Oceano Pacífico, já vai deixar as chuvas mais irregulares e este período tende a ser complicado para o Ceará e o Nordeste”, esclarece.

Em relação ao período entre março e maio, David Ferran relembra que "se formos olhar para o passado, nesse período, aconteceram 15 eventos de El Niño. Desse total, 11 foram secos, três foram normais, e um foi chuvoso”. De acordo com previsão do próprio órgão, a chance de ocorrência do El Niño é de 52%, no trimestre março-maio de 2019.

INFO

O Centro de Previsão Climática do NOAA (Administração Oceânica e Atmosférica Nacional), dos Estados Unidos, também avaliou que a chance de ocorrência do fenômeno — entre o final de 2018 e o começo do próximo ano — é de 70%.

Avaliando a situação com dados atuais, David Ferran estabelece um panorama da expectativa para o trimestre março-maio de 2019. “Dado o cenário hoje, em setembro, com a probabilidade de 52% de chance do El Niño, a chance de acontecer (a categoria) ‘abaixo da média’ é maior do que as demais (‘acima da média’ e em ‘torno da média’)”, completa o especialista.

O El Niño caracteriza-se pelo “aquecimento cíclico da temperatura da água do mar no Oceano Pacífico Oriental e na costa ocidental da América do Sul, que pode resultar em variações nos padrões climáticos em diversas regiões do planeta”, explica a Funceme.

“O fenômeno pode se iniciar com uma cara de Modoki (com efeitos mais brandos) por conta da temperatura da costa do Peru, que deve seguir um pouco mais baixa. Depois, a gente segue para um fenômeno mais clássico", complementa Graziella Gonçalves.

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