20 bairros de Fortaleza não confirmaram nenhum caso de dengue em 2018

As informações foram divulgadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), no "Boletim Semanal da Dengue"

Escrito por Redação ,

A Secretaria de Saúde Municipal de Fortaleza (SMS) divulgou o “Boletim Semanal da Dengue”, da 35ª semana de 2018. No documento, 20 bairros da Capital não apresentaram nenhum caso de dengue confirmado, neste ano.

A redução acompanha uma tendência de diminuição dos casos, previstas para o ano de 2018, devido ao período de circulação do “sorotipo 1” da dengue no munícipio, de acordo com Nélio Morais, titular da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covis) da SMS.

“Houve uma redução drástica de dengue no Brasil, no Ceará, e em Fortaleza, porque o ‘sorotipo 1’, que está circulando há cinco anos, já está se exaurindo. Ele já esgotou o número de susceptíveis na população”, destaca o médico.

Dengue

Em comparação com o mesmo período de 2017, os casos de dengue confirmados apresentaram uma redução de 93,75%. No ano passado, os oito primeiro meses registraram 13.268 casos confirmados em toda a Capital; ao passo que 2018 confirmou 830 casos da infecção.

Trabalho integrado

Nélio Morais credita a redução dos casos não apenas à diminuição de pessoas susceptíveis aos sorotipos da dengue, mas também ao trabalho integrado para o combate à proliferação do vírus, realizado com o apoio de quatro forças.

“O envolvimento do sistema educacional de Fortaleza com 500 escolas, 13 mil professores, e mais de 200 mil alunos. Não tem cenário melhor que esse para a atuação”, inicia o médico.

“Outro intersetorial muito estratégico foi com a Secretaria de Conservação e Serviço Público (SCSP), que cuida da limpeza da cidade, no recolhimento de toneladas de pneus, e na remoção de lixo, sobretudo na questão do material que a população acumula no quintal das casas”, continua Nélio Morais.

“Outro órgão que ajudou muito foi a Agência de Fiscalização (Agefis), que por sua vez, deu o enfoque no comércio e nas empresas de Fortaleza. (A agência) colocou de maneira muito forte na questão do alvará, e da fiscalização sanitária de rotina, os riscos de foco nos depósitos de comércios e mercearias”, completa o especialista.

“E a quarta ajuda que nós tivemos, foi com a Secretaria de Urbanismo e Meio-Ambiente (Seuma), na questão dos materiais recicláveis”, finaliza o coordenador, que ainda destaca o fato de “80% dos focos de dengue estão dentro da casa das pessoas”.

Expectativa

Ao passo que as chances de infecção pelo sorotipo 1 da dengue diminuem, os riscos causados por outros sorotipos (2, 3 e 4) aumentam. “Com as análises feitas ao longo dos anos, o que existe é a expectativa da chegada de um novo sorotipo. (Em 2019), com certeza nós vamos ter problemas”, revela Nélio Morais.

O médico informa que a dengue possui cenários específicos, uma vez que um sorotipo, após uma epidemia, pode passar mais de uma década com poucos casos registrados.

Logo, para 2019, o especialista alerta que “vamos ter novos episódios (de epidemia), à medida que surja um novo sorotipo (o 2, o 3 ou o 4). Na dengue, é desse jeito”. Contudo, ele mantém a esperança, ao declarar que “se não chegar o novo sorotipo, nós podemos manter baixa endemicidade”.

O médico também alerta que fatores climáticos (como as chuvas) podem estabelecer um fator determinante para a proliferação dos casos de infecção.

(Colaborou Samuel Pinusa)

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