Multidão lota as ruas da Praia de Iracema para cair na folia

Escrito por Redação ,

Foliões lotaram as ruas da Praia de Iracema neste primeiro sábado de Pré-Carnaval. Sedentos de alegria, os brincantes não pouparam criatividade e capricharam na fantasia. Zorro, Pedrita, faxineira, presidiário, teve de tudo um pouco. Uma fita no cabelo ou um colar havaiano pendurado no pescoço que fosse era válido, desde que levasse um pouco de colorido às ruas. A auxiliar de enfermagem Roseane Chagas Monteiro, 43, estava de Penélope Charmosa, enquanto o seu companheiro optou pela fantasia de Dick Vigarista. “Somos apaixonados por Carnaval, é uma alegria que contagia”, frisa. 

Pontualmente às 16h, o Unidos da Cachorra saiu, abrindo, oficialmente, o Pré-Carnaval da Praia de Iracema. Com a sua poderosa bateria formada por 170 ritmistas, o bloco se apresentou pelo 9º ano consecutivo. Tamborim, chocalho, agogô, cuíca e repique foram alguns dos instrumentos que não deixaram ninguém parado. Samba-enredo, xote e até funk estavam no repertório do bloco, que fez também uma seleção especial em homenagem ao cantor Tim Maia. 

Das calçadas, os foliões acompanhavam a agremiação de sua preferência. “Mais uma vez, a gente vem para se divertir. Nós acreditamos que é possível ocupar os espaços públicos para trazer alegria”, disse Farley Lopes, diretor do Unidos da Cachorra. 

A novidade deste ano foi o palco Esquenta, na concentração dos blocos. “Fiquei surpreso com a estrutura, eles melhoraram bastante, colocaram um palco na concentração e outro no final, na dispersão. A cada ano, eu vejo que a Prefeitura está tentando melhorar o Pré-Carnaval. Falta muito, claro, mas eu já percebo o esforço deles em melhorar”, elogia Carlos Henrique Benevides, diretor geral do Baqueta, o segundo bloco a desfilar. 

Expectativa

“É o meu terceiro Pré-Carnaval, mas é como se fosse o primeiro. Apesar de a gente passar o ano inteiro ensaiando, aqui é diferente, tem essa interação com o público. A energia é única”, comenta a contadora Gaudia Sampaio, 30. O Camaleões do Vila e o Bons Amigos foram o terceiro e quarto blocos a saírem, respectivamente. A vendedora Fernanda Vera Vieira, 36, mora em Roraima, mas todos os anos vem conferir o Pré-Carnaval de Fortaleza. “Para mim, tudo é festa. A cidade está de parabéns”, diz. 

Homenageados deste ano, os blocos de rua tiveram o cortejo incrementado pela Banda de Ipanema, tradicional bloco do Rio de Janeiro, que fez o percurso da Rua dos Tabajaras a partir das 17h até o Aterrinho. A folia segue pelos próximos dias 24 e 31 de janeiro e 7 de fevereiro. 

Frevo e marchinhas agitam público  na Praça do Ferreira e no Benfica 

“Se a canoa não virar”, “Me dá um gelinho aí” e “Se você pensa que cachaça é água” foram alguns dos refrões das clássicas marchinhas de Carnaval que embalaram a diversão de centenas de foliões durante a noite de ontem, na apresentação do bloco Concentra Mas Não Sai, na Praça do Ferreira. 

A estreia da agremiação no Pré-Carnaval de Fortaleza deste ano foi marcada pela presença de várias famílias, como a do motorista Antônio Ribeiro, 52, que foi à festa na companhia da esposa, Marta Oliveira, 50, e dos dois netos: Carlos Eduardo, 10, e Laura, 4. “No ano passado, nós já tínhamos vindo e neste ano resolvemos voltar. Relembrar essas marchinhas do passado é muito legal”, avalia o folião. 

Alguns decidiram caprichar nas fantasias, como a bacharel em Letras Alessandra Nanan e a filósofa Carolina Nanan. “Minha mãe costumava nos fantasiar quando éramos crianças, então decidimos continuar a tradição”, afirma Alessandra. “O bom do Carnaval é você poder ser quem você quiser”, acrescenta. O bloco Concentra Mas Não Sai volta a se apresentar nos próximos três sábados que antecedem o Carnaval, no mesmo local, a partir das 18h. 

Cachorra Magra

O bloco Cachorra Magra também estreou no Pré-Carnaval na noite de ontem. Ritmos como o frevo e as marchinhas agitaram o público pequeno, mas que não deixa de marcar presença na tradicional festa<MC0> da Rua Marechal Deodoro, no Bairro Benfica. 

“Eu acho o bloco sempre legal, por conta da irreverência” afirma o ator Paulo César, 58, que acompanha a agremiação há dez anos. “Sempre tem aquele clima de trazer a família, trazer os amigos”, acrescenta a taróloga Turyna Lima, 56. 

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