Mortes por H1N1 quase dobram em uma semana

O ano de 2018 já tem o maior número de casos confirmados e óbitos a partir do vírus influenza em toda a série histórica

Escrito por Cadu Freitas - Repórter ,

De 11 para 21. A quantidade de óbitos em decorrência de complicações do vírus H1N1 quase dobrou em uma semana no Ceará, de acordo com o Boletim Epidemiológico da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) - que abrange quatro subtipos da influenza - divulgado na sexta-feira (4) pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).

As 21 mortes ocorreram em 11 diferentes municípios cearenses, sendo eles: Aracati (um), Caucaia (um), Crateús (um), Eusébio (três), Fortaleza (nove), Iracema (um), Maracanaú (um), Milhã (um), Paraipaba (um), São Gonçalo do Amarante (um) e Solonópole (um). Este ano já superou todos os anteriores com relação à contagem de óbitos, sendo responsável por 1/4 de todos já causados no Ceará; em 2016 (o segundo com maior quantidade) foram 17.

Em uma semana, o número de casos comprovados em razão do H1N1 subiu de 76 para 99. Os demais (A H3 sazonal, A H1 sazonal e B) somaram 22 confirmações em igual período, totalizando 121 ocorrências do vírus, o maior número da série histórica, cuja averiguação vem sendo feita desde 2009. As notificações, por sua vez, ainda não bateram recorde: os 281 enumerados na semana passada agora são 404.

Síndrome Respiratória Aguda Grave

Incidência

Além disso, a taxa de incidência de SRAG causada pelo influenza também é a maior desde que os dados para o vírus começaram a ser contabilizados pela Sesa. O número é de 1,35 casos a cada 100 mil habitantes cearenses; antes desse, o maior havia sido apresentado em 2016, quando foi alcançada a taxa de 1,20 casos a cada 100 mil habitantes.

De acordo com o boletim, o mês de abril é o que mais concentra notificações e confirmações de casos de influenza neste ano e atinge principalmente os grupos prioritários da Campanha de Vacinação do Ministério da Saúde, que deve se estender até o dia 1º de junho. As faixas etárias que mais foram acometidas pelo vírus foram crianças de um a quatro anos (23,1%) e idosos (19,8%).

As mulheres continuam apresentando maior acometimento, representando 57% do total das ocorrências. Conforme o documento, nenhuma das pessoas que faleceram por causa do H1N1 tinham histórico de vacinação e cerca de 57% delas apresentavam fatores de risco, como doenças crônicas.

A Secretaria da Saúde do Estado foi contatada pela reportagem do Diário do Nordeste a fim de solicitar um representante do órgão para comentar as informações expressas no Boletim Epidemiológico. Porém, os questionamentos tiveram de ser enviados por e-mail, cuja resposta não foi recebida até o fechamento desta edição.

Fortaleza

Por outro lado, a campanha de imunização contra o vírus influenza em Fortaleza é uma das que apresenta melhores resultados no Brasil, aparecendo como a segunda melhor capital em cobertura vacinal do País e a melhor do Norte/Nordeste.

Segundo dados do Sistema de Informações do Programa Nacional de Vacinação do Ministério da Saúde (Datasus), Fortaleza já imunizou 39,2% do grupo prioritário em seu território. A cidade fica atrás apenas de Goiânia (GO), cuja taxa já é de 79,3% do grupo de risco. Os números são alterados diariamente, a partir de novas informações repassadas pelos municípios.

No ranking dos estados, o Ceará é o quarto do País na taxa de imunização de sua população, com 28,40% do grupo prioritário vacinado contra a influenza. De acordo com o boletim, até a sexta-feira (4), haviam sido distribuídas 971.530 doses em todo o Ceará, contudo, as aplicações foram feitas em 656.909 pessoas do grupo prioritário.

Para a coordenadora de imunização do Estado, Ana Vilma Leite, os postos de saúde receberão as 720 mil doses prometidas para este fim de semana. "Até o Dia D, no sábado, deveremos receber outra remessa do Ministério da Saúde", garante. Segundo ela, a vacina disponível atua contra três dos quatro subtipos da influenza, porém, tem maior eficácia para o H1N1. No entanto, a gestora lembra que a imunização só tem validade de um ano.

Conforme o secretário da Saúde, Henrique Javi, a porcentagem do grupo prioritário já imunizado contra a gripe no Ceará é "um recorde se compararmos com os anos anteriores". A meta da campanha é imunizar cerca de 90% dessa população.

Reforço

A fim de aumentar a imunização na Capital, haverá ampliação da quantidade de postos de saúde efetuando a vacinação neste fim de semana. Agora serão 19 unidades básicas, sendo 18 administradas pelo Município e um pelo Estado. Porém, de acordo com o titular da Sesa, não é necessário correr em direção aos postos. "Até porque a campanha prossegue até o dia 1º de junho e, no próximo dia 12, teremos em todo o País o chamado 'Dia D', quando todos os postos estarão abertos", disse.

As 18 unidades de saúde municipais funcionarão de 10h às 17h no sábado, com exceção do Centro de Saúde Escola Meireles, cujo horário de funcionamento será de 9h às 16h. No domingo, sete postos funcionam de 8h às 17h.

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