Insatisfação com escola pública chega a 26%

Escrito por Redação ,
Legenda: Apenas 12% acreditam que os concludentes do Ensino Médio das escolas públicas estão bem preparados para o mercado profissional
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O serviço de transmissão de conhecimentos implica num processo repletos de variáveis, como estrutura física, equipamentos e recursos humanos: professores, funcionários e estudantes. Contudo, nem sempre esses elementos entram em concordância, levando a um quadro de insatisfação com a educação. Segundo a pesquisa "Retratos da Sociedade Brasileira - Educação Básica", 26% dos brasileiros avaliam o Ensino Médio de escolas públicas como ruim ou péssimo. Nas escolas particulares, a avaliação negativa é de 5%.

Em 2013, quando um levantamento semelhante foi feito, os mesmos percentuais eram 15% e 3%, respectivamente. Por outro lado, caiu, de 48% para 31%, o percentual dos que consideram o Ensino Médio público como ótimo ou bom. A pesquisa foi realizada em setembro do ano passado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em parceria com o movimento Todos Pela Educação, ouvindo duas mil pessoas de 126 municípios brasileiros.

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Segundo a pesquisa, os brasileiros entendem que a Educação Básica "está mal" por conta da má gestão dos recursos públicos: 81% concordam que o problema deve-se mais a erros na utilização das verbas do que à falta delas. Por isso, 93% também acreditam que os diretores de escolas deveriam ter formação específica em gestão. Na percepção dos entrevistados, os estudantes também não estão preparados para o trabalho.

Mercado

Apenas 12% acreditam que os concludentes do Ensino Médio das escolas públicas estão bem preparados para se inserirem no mercado profissional, enquanto 23% dizem que estão despreparados. Em relação à empregabilidade, 71% dos entrevistados concordam totalmente ou em parte que o problema do desemprego no Brasil se relaciona diretamente com a baixa qualidade da educação.

Segundo os dados do estudo, entre 2013 e 2017, também aumentou de 61% para 74% o percentual dos que concordam que um ensino de baixa qualidade é prejudicial para o desenvolvimento do País. Por isso, os pesquisadores perguntaram quais seriam as principais ações para melhorar o desempenho dos alunos do Ensino Básico público. Entre as iniciativas sugeridas, equipar melhor as escolas é a ação mais citada (28%).

Aumentar o salário dos docentes, elevar o número de professores e promover ações para melhorar a formação também foram citadas. Em relação ao currículo, cerca 79% concordam totalmente ou em parte que a escola deve focar mais em Português e Matemática.

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