Índices de perda de água ainda são elevados em Fortaleza

Estudo mostra que 37% da água da Capital é perdida entre a captação e a entrega na casa do consumidor

Escrito por Redação ,
Legenda: De acordo com o estudo, Fortaleza ainda precisa fazer 24.927 novas ligações de água e 111.209 de esgoto para chegar à universalização
Foto: FOTO: BRUNO GOMES

Fortaleza praticamente não tem conseguido reduzir a quantidade de água que se perde até chegar à casa do consumidor. De acordo com o estudo divulgado, ontem, pelo Instituto Trata Brasil, a capital cearense registrou índice de 37,61% em relação a essa perda em 2012, apenas um ponto percentual menor do que foi contabilizado na pesquisa divulgada em 2013 e referente a 2011, quando a perda de água era de 38,55%.

O estudo é baseado nos dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (Snis) do Ministério das Cidades de 2012, número mais atual sobre o tema, e analisa as 100 maiores cidades do País. Dentre os quesitos avaliados, a pesquisa revela que a média de perda de água (faturamento) nessas 100 cidades foi de 39,4%, sendo superior à média brasileira de 36,9%.

A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) esclarece que as ocorrências que mais causam perda de água estão relacionadas a fraudes e vazamentos. Esses problemas podem tanto ocasionar baixa pressão como aumentar o consumo de forma imprevisível.

Já o desperdício está relacionado, por exemplo, à água que vaza em torneiras, descargas, chuveiros, boias de caixa-d'água e tubulações. A Cagece exemplifica que uma torneira gotejando pode desperdiçar até 1.380 litros em um mês.

Ranking

No ranking dos municípios com acesso à água tratada e esgotamento sanitário adequado, Fortaleza aparece como a terceira capital do Nordeste melhor classificada. No entanto, a capital cearense ocupa a 66ª posição entre as 100 maiores cidades do País, 23 posições abaixo da classificação do ano passado. Conforme os dados da pesquisa, 89,14% da população de Fortaleza têm acesso a água tratada, número inferior a média nos100 maiores municípios brasileiros, que é de 92,2%.

A média nacional de água tratada é de 82,70%. Já o esgoto tratado na Capital abrange 49,43% da população, índice superior à média nacional, que foi de 48,29%. O ranking mostra também a quantidade de ligações que cada município precisa fazer para ter a universalização da água e do esgoto. Segundo o estudo, 32 municípios brasileiros fizeram mais de 80% das implementações pendentes para a universalização da água, enquanto que 27 cidades realizaram menos de 20% do que o necessário.

No caso de esgoto, a situação é oposta. Dos 100 municípios, 61 fizeram até 20% das ligações de esgoto faltantes. Apenas quatro fizeram mais que 80%.

Fortaleza ainda precisa fazer 24.927 novas ligações de água e 111.209 de esgoto para chegar à universalização. No País, foram realizadas 498.386 novas ligações de água e 647.091 e esgoto, representando 23% a mais novas ligações de esgoto do que de água. O diretor de Operações da Cagece, Josineto Araújo, explica que o órgão reconhece a importância da pesquisa, porém teme conclusões distorcidas devido à comparação entre cidades de tamanhos diferentes. O diretor revela ainda que até 2023 a água e o esgoto devem estar universalizados no Estado.

Caucaia é a cidade cearense mais bem posicionada no ranking, em 63º lugar. O estudo aponta que o acesso à água tratada no município chega a 62,28% da população. Já o esgoto tratado está disponível apenas para 29,06% dos habitantes.

De acordo com informações de Josineto Araújo, esse acesso à água tratada em Caucaia é inferior aos outros municípios cearenses da pesquisa, porque a Cagece atende apenas a área urbana de Caucaia. O município de Juazeiro do Norte é a 13º pior na avaliação das 100 maiores cidades do País. Na cidade, 92,89% da população tem acesso a água tratada e 24,83% ao esgoto.

Para alcançar a universalização, o município do Cariri precisa criar 65.079 novos ligamentos de esgoto e 11.228 de água. Já em Caucaia, são necessários 89.432 novos pontos para esgoto e 66.385 de água.

No ranking geral, o município que está no topo da lista é Franca (SP). Logo atrás, estão Maringá (PR), em 2º, e Limeira (SP), em 3º. Das 20 melhores cidades, 11 são do Estado de São Paulo; três de Minas Gerais; quatro do Paraná e dois do Rio de Janeiro.

Nayana Siebra
Especial para Cidade

a

Os destaques das últimas 24h resumidos em até 8 minutos de leitura.