Iemanjá reúne milhares em festa na Praia do Futuro

Escrito por Redação ,
Legenda: Caracterizados, mães de santo, pais de santo e simpatizantes da cultura africana agradeciam por graças alcançadas
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O Feriado de 15 de agosto também foi palco das celebrações em homenagem a Iemanjá, levando milhares de adeptos da Umbanda de várias regiões do Ceará à orla da Capital. As festividades do dia, organizadas pela União Espírita Cearense de Umbanda (Uecum), que neste ano chegaram à sua 53ª edição, tiveram início às 9 horas, com o cortejo que levou a imagem da Rainha do Mar do Centro até a Praia do Futuro.

Neste ano, a festa teve como tema "Iemanjá em Defesa da Vida e dos Direitos Humanos", que segundo explica a vice-presidente da Uecum, Tecla de Sá Oliveira, significa a luta pela manutenção do direito à vida, à saúde, assim como os direitos institucionais. "Como os de poder sair com as nossas roupas, nossas vestes e nossas guias nas ruas e não sermos xingados, apedrejados, de a gente poder fazer o nosso ritual sagrado, pois é um direito nosso", afirma.

A programação, na Praia do Futuro, contou com apresentações culturais e tenda de acolhimento, com rezas e oferta de bênçãos. Enquanto a imagem de Iemanjá participava do cortejo pelas ruas do Centro, diversos grupos já festejavam nas areias da Praia, ao som de tambores e cânticos à divindade. Caracterizados com roupas brancas e adereços azuis e brancos, os participantes - entre mães de santo, pais de santo e demais simpatizantes da cultura africana - agradeciam por graças alcançadas.

Essa gratidão também é, tradicionalmente, manifestada pelas oferendas à mãe de todos os orixás, em sua maioria lançadas ao mar no fim da tarde, encerrando a programação.

Entre os presentes, muitas flores, rosas, frutas e perfumes. "É um ato de louvação. Muita gente agradece por promessas alcançadas, como emprego, ou até mesmo pela saúde", destaca Tecla de Sá Oliveira.

Patrimônio

Este foi o primeiro ano em que a festa de Iemanjá foi realizada como patrimônio cultural imaterial de Fortaleza. O reconhecimento, por meio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), aconteceu em setembro de 2017, importante marco na luta por mais respeito aos movimentos religiosos africanos.

Uma luta que, no entanto, permanece ano a ano, segundo o representante da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde (Renafro) de Fortaleza, babá Fábio de Oxossi. "Lutamos muito contra o racismo social, religioso, a intolerância religiosas e as agressões que vêm ao longo desse tempo aos babá orixás, aos sacerdotes, mães de santo e afins. Reivindicamos nosso direito de professar nossa religiosidade sem nos esconder", diz.

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