Idosos e crianças formam filas para vacinação contra gripe

Dentre os grupos de risco, as pessoas de seis meses a cinco anos e as maiores de 60 anos eram as mais presentes

Escrito por Theyse Viana - Repórter ,
Legenda: No primeiro dia da campanha de vacinação contra a influenza, milhares de idosos, gestantes e crianças formavam longas filas em busca de garantir uma dose da imunização, em vários bairros da Capital
Foto: Foto: Natinho Rodrigues

O burburinho nos corredores e calçadas dos postos de saúde de Fortaleza, na manhã de ontem, era quase uníssono: "vim tomar logo isso pra me livrar dessa doença!" No primeiro dia da campanha de vacinação contra a influenza, milhares de idosos, gestantes e crianças formavam longas filas em busca de garantir uma dose da imunização, em vários bairros da Capital. De acordo com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), o Ceará já recebeu cerca de 500 mil doses, quantidade à qual devem ser acrescentadas 250 mil, hoje, distribuídas em todos os 184 municípios.

Logo cedo, por volta das 6h, a autônoma Ana Célia Silva, 27, "enfrentou uma fila enorme" para conseguir a vacina para o filho Lucas, de 11 meses, no Centro de Saúde Escola do Meireles, onde duas salas recebiam a população. "Vim logo no primeiro dia para diminuir os riscos de ele adoecer", declarou, com preocupação compartilhada com a servidora pública Larissa de Carvalho, 32, grávida de 7 meses. "Peguei um resfriado e já estava assustada. Tenho me informado sobre a gripe, por isso vim logo", afirmou, de máscara e sob o sol que bronzeava as centenas de pessoas na calçada da unidade do Meireles, uma das mais procuradas no primeiro dia de campanha da vacinação.

Além da população compreendida entre os grupos de risco - compostos por crianças de seis meses a cinco anos de idade, idosos, profissionais da saúde, grávidas, puérperas (mulheres que tiveram filhos há até 45 dias), internos e funcionários dos sistemas prisional e socioeducativo, indígenas e pessoas com doenças crônicas -, a movimentação nas unidades públicas de saúde, como destaca a coordenadora de imunizações da Sesa, Ana Vilma Leite, torna-se ainda mais intensa pela falta de informação. O comerciante Cláudio Martins, por exemplo, não sabia que, aos 53 anos, não poderia se vacinar. "Eu procurei a vacina achando que era pra todo mundo. E não é?", questionou, enquanto aguardava na fila do Posto de Saúde Paulo Marcelo, no Centro de Fortaleza.

A restrição da vacinação ocorre apenas na rede pública de saúde, e, por isso, ao longo da semana, centenas de fortalezenses também foram aos estabelecimentos privados, onde a dose da vacina é vendida por até R$ 160 - valor que o servidor público Thiago Marinho, 28, até estava disposto a pagar para a mãe de 93 anos, mas não teve chance. "Fui em três clínicas da rede particular, e não tinha mais vacina em nenhuma. Encontrei aqui, e ainda preciso vacinar meus três filhos, de um, dois e quatro anos de idade", preocupou-se.

Feriado

O Posto Paulo Marcelo, aliás, é uma das sete que funcionarão durante este sábado (21) e o domingo (22) na Capital, segundo anunciou o prefeito Roberto Cláudio, na manhã de ontem. Além dele, os postos Carlos Ribeiro, no bairro Jacarecanga; Irmã Hercília Aragão, no São João do Tauape; Anastácio Magalhães, no Rodolfo Teófilo; Dr. Luís Costa, no Benfica; José Paracampos, no Mondubim; e Messejana fornecerão o serviço de imunização das 8h às 17h. Ainda conforme o prefeito, "todos os postos da Capital estão com estoque de Tamiflu", medicamento utilizado no tratamento de quem já contraiu os vírus da influenza.

Além destes, o Centro de Saúde Meireles, da Sesa, deve funcionar neste sábado (21), também das 8h às 17h. Até as 16h de ontem, a unidade havia vacinado 1.000 pessoas pertencentes aos grupos prioritários.

Até o fim do período da campanha nacional, que se estenderá até o mês de junho, mais de 2,2 milhões de doses devem ser enviadas pelo Ministério da Saúde à Sesa - o que, segundo alerta Ana Vilma Leite, garantirá vacinação "a todos os grupos de risco de todos os municípios". "Devido à sazonalidade dessa doença, é normal que haja casos nesse período. Mas não é preciso desespero, temos doses suficientes e a campanha terá mais de um mês de duração", explica. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), todos os postos em todas as Regionais da cidade fornecerão doses da imunização durante a campanha.

A Sesa destaca que a mobilização não será prorrogada. Caso haja saldo de vacinas após o fim da campanha, as doses serão disponibilizadas a crianças de 5 a 9 anos e adultos de 50 a 59 anos. A convocação destes públicos ocorrerá a partir do dia 4 de junho até o dia 15 do mesmo mês.

Ao todo, 2.388 postos fixos e 1.100 postos volantes participarão da mobilização. O dia "D" acontecerá em 12 de maio.

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