Fortaleza é a 2ª capital do País com mais indenizações pagas

Em 2017, a Capital cearense ficou atrás apenas da cidade de São Paulo em número total de sinistros pagos

Escrito por Renato Bezerra - Repórter ,
Legenda: Especialistas apontam o crescimento da frota de motociclistas na Capital como um possível indicador ao elevado número de indenizações pagas
Foto: Foto: José Leomar

Fortaleza viu, em dez anos, o número de acidentes de trânsito tomar proporções preocupantes. Essa é a análise que se tem a partir dos dados do boletim estatístico da Seguradora Líder, ao revelar que, com 7.395 sinistros pagos, Fortaleza é a 2ª capital brasileira e a 1ª do Nordeste em número de indenizações concedidas pelo Seguro DPVAT no ano passado, ficando atrás apenas da cidade de São Paulo. O relatório revela que, em relação a 2008 - quando a Capital ocupava a 7ª posição no ranking, com 1.682 compensações pagas - o crescimento foi acima de 300%.

A Capital cearense também registrou o 2º maior número de indenizações pagas por invalidez (6.370) em 2017, saindo da 8ª posição que ocupava em 2008, com 613 ressarcimentos. Em relação aos sinistros pagos por morte (338), Fortaleza ficou em 4º lugar no ranking nacional, mas ainda concluiu o ano como a 1ª capital nordestina em número de indenizações.

Para o coordenador da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária em Fortaleza, Dante Rosado, o salto elevado dos números de Fortaleza no período pode ter relação com o processo de modernização por qual passou o seguro DPVAT, ampliando a sua capacidade de atendimento. Aponta, no entanto, o crescimento da frota de motociclistas na Capital como um possível indicador ao elevado número de indenizações pagas. "Eles são as principais vítimas de trânsito e a frota de Fortaleza é mais que o dobro da de Recife e de Salvador".

Apesar do relatório, Rosado aponta resultados significativos nas ações de segurança viária em Fortaleza, destacando 2017 como o terceiro ano seguido a registrar redução de mortes no trânsito, 256 no total, e redução de 9% em relação a 2016.

Junto aos motociclistas, que segundo o coordenador da Bloomberg representam 50% das vítimas que morrem, os pedestres também englobam maior atenção. "Ações de fiscalização e campanhas voltadas para os fatores de risco, como no caso dos motociclistas, o incentivo ao uso correto do capacete".

Entre as ações de mobilidade e segurança desenvolvidas na Capital, a Prefeitura destaca, com resultado na redução de acidentes fatais, a ampliação da rede cicloviária, o Programa de Apoio à Circulação de Pedestres, que contempla áreas de trânsito calmo, travessias elevadas e faixas em diagonal, binários para reorganização do trânsito, a redução de velocidade, o projeto Esquina Segura, além de campanhas educativas e intervenções de engenharia de tráfego.

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Segundo reforça a pasta, a taxa de mortes por 100 mil habitantes ficou em 9,7, em 2017, ou seja, uma redução de 35% em relação a 2010, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou a década de ação para a segurança no trânsito.

Nordeste

Conforme o boletim da Seguradora Líder, a Região Nordeste teve o maior aumento no número de indenizações para todos os tipos de veículos: 158%, embora sua frota ainda seja a terceira maior do País (17% dos veículos). Somente em 2017, foram 122.468 indenizações contra 47.509, em 2008.

Também em todo o País, as motocicletas foram responsáveis pela maior parte das indenizações: 70,45% do total, representando mais de 3,1 milhões de pagamentos. Foram mais de 198 mil indenizações por morte e 2,4 milhões por invalidez permanente. Neste período, o perfil dos indenizados permaneceu o mesmo, com a faixa etária de 18 a 34 anos sendo a mais atingida.

Em 10 anos, o Seguro DPVAT pagou mais de 4,5 milhões de indenizações no Brasil. Os dados revelam que, de 2008 a 2017, foram mais de 500 mil indenizados por morte, além de cerca de 3,1 milhões de pessoas que ficaram com algum tipo de invalidez permanente.

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