Força dos construtores de oportunidades
Do vigor de muitos corpos e mentes, nasce a sustentação de Fortaleza que chega hoje aos 292 anos
Fortaleza tem muitas fortalezas. Talvez seja essa a sina da cidade para manter-se de pé. Viva. Não fosse o vigor das expressivas fortalezas - materializadas em distintas dimensões, a serem apresentadas neste especial do Diário do Nordeste - essa outra, que chega aos 292 anos em 13 de abril, padeceria (ainda) mais. Atormentada pela violência, o descuido, a competição, a desvalorização e os interesses privados acima do público. Malefícios que cruzam o território de cerca de 314,930 km² e o afrontam. Ainda assim, tais fatores não fazem a cidade sucumbir.
. Especial: exemplos e mentes de "Fortalezas desse Canto"; veja hotsite
. Moradores guardiões dos recursos naturais
Priscilla Sousa mostra através de fotos um novo Serviluz (Foto: Fabiane de Paula)
Paulo Probo é um dos idealizador do projeto Viva o Centro. (Foto: JL Rosa)
Na Regional I, a educadora social, Kelviane Vieira Alves, 30 anos, há oito anos realiza visitas animadas em hospitais infantis e tenta levar alívio, nem que seja por curtos momentos para crianças que enfrentam doenças. Para os adultos que os acompanham, proporciona um pouco de conforto. Na atividade que conta com teatro e música, Kelviane, moradora do Álvaro Weyne, se realiza. É nessa ação, que ela, junto a um grupo de voluntários, diz encontrar sentido e crescer.
Kelviane Vieira da Regional I faz animação em hospitais (Foto: Eduardo Queiroz)
Gomes Ávila é referência para outros jovens do Mondubim (Foto: Reinaldo Jorge)
Já na Regional IV, Stela Fernandes de Andrade, 35 anos, é conhecida por ser um misto de coragem e sensibilidade para acolher histórias duras e tentar mudá-las. Nascida e criada na comunidade Salgadeira, no Jardim América, ela foi eleita conselheira tutelar em 2015. Disposição não falta. Atuar justamente em territórios fragilizados é uma vocação.
Stela Fernandes atua em periferias da Regional IV (Foto: Fabiane de Paula)
Juventude
Audiovisual, fotografia, moda, designer... Áreas e atrativos que para Gomes Ávila, de 21 anos, são competências que compartilhadas, podem se multiplicar. É esse o entendimento do jovem morador do Mondubim, na Regional V. É assim que ele fortalece a área em que mora sendo exemplo nas formações no Centro Urbano de Cultura, Arte, Ciência e Esporte (Cuca) do bairro.
Na Regional VI, jovens também impulsionam mudanças. No Jangurussu, a vida do "poeta-marginal", Jardson Remido, 24 anos, é conhecida. Seja pelas intervenções nos ônibus ou pelas participações em atividades em escolas e projetos. Ele descobriu na leitura o sentido para alterar os rumos da vida que parecia "fadada ao fracasso". Um desses reconhecimentos veio em 2017, quando foi convidado para protagonizar um dos espaços da Bienal Internacional do Livro do Ceará.
Manoel da Vera mantém um salão-escola há mais de 10 anos (Foto: Kid Júnior)
Jardson Remido, poeta, aposta no incentivo à leitura (Foto: Reinaldo Jorge)