Estado anuncia investimento de R$ 561 milhões em rodovias

Entre os trechos que serão recuperados, está o do Quarto Anel Viário, cujas obras completam oito anos neste mês

Escrito por Nícolas Paulino - Repórter ,

A segurança das rodovias cearenses é um dos objetivos do programa Ceará de Ponta a Ponta, que teve um novo pacote de obras apresentado ontem, em solenidade no Palácio da Abolição. No total, serão cerca de R$ 561 milhões destinados à melhoria de 690,96 km de infraestrutura rodoviária, entre implantação, requalificação e duplicação de 41 trechos de Norte a Sul do Ceará. Os recursos são advindos do Tesouro Estadual e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Segundo o governador do Estado Camilo Santana, os principais critérios aplicados na escolha das vias foram a vida útil da pavimentação e a necessidade de interligação entre alguns municípios e regiões. "Vamos unir, por exemplo, Ererê. Potiretama e Pereiro com o Rio Grande do Norte, e a Ladeira dos Tucuns, em Crateús, ao Piauí", explica. Ao todo, após a conclusão, o pacote deve beneficiar cerca de cinco milhões de pessoas.

"São estradas reivindicadas há muito tempo. Elas geram emprego, movimentam a economia e são importantes para o turismo também". Algumas terão início "imediatamente", informa. Outras terão resultado de licitação divulgado hoje (9), e mais algumas estão com projetos em fase de finalização. De 2015 a 2017, o Programa já entregou 1.600 km de rodovias, com investimentos de mais de R$ 1,2 bilhão.

A ideia é aprimorar o escoamento do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (Cipp) e dar maior fluidez do tráfego nos entroncamentos com seis rodovias estaduais e federais (CE-040, BR-116, CE-060, CE-065, BR-020 e BR-222).

Anel viário

Entre os trechos que serão recuperados está o do Quarto Anel Viário, cujas obras completam oito anos neste mês de maio. Antes prevista para 2012, a entrega sofreu sucessivos adiamentos e paralisações. Rotineiramente, o que se observa são longos engarrafamentos nas rotatórias rumo a Maracanaú e Maranguape. Os motoristas improvisam retornos em vias de terra batida e com um desnível em relação ao asfalto, aumentando o risco de acidentes. O projeto original, assinado em 2010, prevê a duplicação dos 32 km da Rodovia, que corta seis municípios da Região Metropolitana de Fortaleza.

O governador Camilo Santana reconhece que o consórcio anterior, o Torc/Via, operava "a passos de tartaruga", em suas próprias palavras. Por isso, rescindiu o contrato e chamou o segundo colocado na licitação, o SouzaReis/Jurema/Geosistemas. Segundo o chefe do Executivo estadual, nos próximos 15 dias, a empresa deve iniciar uma mobilização intensa em todo o trecho da intervenção.

A meta é concluir o empreendimento até o final de 2018. "Essa é uma empresa cearense e é melhor porque conhece o Estado e tem interesse no desenvolvimento. Ela já está iniciando obras nos trechos mais delicados, inclusive no término do viaduto da Ceasa", afirma Camilo, que visitou as obras do local no último sábado (5).

Conforme o governador, nos próximos 30 dias, quase todo o trecho do Anel Viário será liberado. Porém, continuarão com restrições de trânsito as regiões dos viadutos da CE-040, da CE-060 e da CE-065, já em obras.

O governador também comentou sobre "o único gargalo da obra": as desapropriações de imóveis. "Estou querendo assumir para o Estado porque o Anel Viário é uma BR, que é rodovia federal, então a desapropriação é dever da União. Quero assumir o restante para dar velocidade", declarou Santana.

Fique por dentro

Obras do Anel Viário tiveram início em 2012

Os trabalhos do Anel Viário tiveram início em janeiro de 2012, após a assinatura de convênio entre os Governos Estadual e Federal, em 2011. O Estado, através do Departamento Estadual de Rodovias (DER), órgão vinculado à Secretaria da Infraestrutura (Seinfra), assumiu a execução da obra, com recursos do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Atualmente, já foram concluídas as pontes localizadas sobre o Rio Coaçu, Rio Gavião e Rio Siqueira, além de quatro viadutos: o do entroncamento da CE-065, BRs-020/222, Nova Metrópole e Tronco Norte.

Segundo o Governo do Estado, a pista duplicada é feita em pavimento de concreto, por apresentar mais resistência e durabilidade. A existente possui 11 metros de largura. Ao fim das obras, sua medida horizontal será triplicada. Serão 16,5 metros de cada lado, totalizando 33 metros. A extensão inclui canteiro central, ciclovias laterais, retornos, acostamentos, nova sinalização e faixa de segurança. De acordo com o DER, a empresa Torc/Via entregou apenas 4% do contrato, que tinha data prevista de conclusão para 2019. Antes, a obra era tocada por outra construtora.

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