Dor é a pauta de discussão médica

Escrito por Redação ,
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A dor já vem sendo considerada como o quinto sinal vital para a melhoria na qualidade do diagnóstico e tratamento

Aproximadamente 30% da população brasileira sofre hoje com dor crônica, que é mais comum no sexo feminino, com maior incidência de dores osteoarticulares. Lombalgias, fibromialgias e cefaleias também figuram entre as dores que mais acometem os brasileiros.

Cerca de 200 especialistas das áreas de Acupuntura, Anestesiologia, Clínica Médica, Neurocirurgia e Neurologia estiveram reunidos, em Fortaleza, no Sábado da Dor, evento itinerante que está completando dez anos, com 60 encontros, reunindo aproximadamente 15 mil profissionais interessados em aprofundar conhecimentos na área. É a quarta vez que o evento - realizado pela Sociedade Brasileira para o Estudo da Dor (SBAD), com apoio do laboratório Cristália - é realizado em Fortaleza.

A médica Inês Tavares Vale e Melo, presidente da Sociedade Cearense para o Estudo da Dor, explica que o maior avanço nesse período foi disseminar, entre os profissionais de saúde, o tratamento correto da dor, pois, apesar de ser o maior sintoma a fazer as pessoas buscarem os serviços de saúde, ainda é subtratado e ainda gera muito sofrimento entre os acometidos.

"Em 20 anos de atuação da SBED e das suas regionais conseguimos muitos avanços, como a inclusão do tema dor nos cursos de Medicina, Psicologia e Enfermagem", explica, destacando que, a cada ano a SBED investe especificamente em um tipo de dor, já tendo tratado câncer, mulher, criança, idoso e este ano, a dor musculoesquelética.

"Hoje se tende a padronizar, no mundo inteiro, o hospital sem dor, por isso a inclusão dela como quinto sinal vital, já que antes não era registrada no prontuário dos pacientes. Assim como são avaliados temperatura, pressão arterial, frequência cardíaca e respiratória rotineiramente, para dar uma resposta adequada em caso de alteração, foi estabelecida também uma avaliação da dor. É preciso torná-la visível para estudá-la e melhorar a qualidade de vida do paciente", avalia.

A médica explica que, entre os mitos relacionados ao tema, está o de que tratar a dor mascara o diagnóstico.
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