Defeso do caranguejo começa próximo sábado

Associação dos Empresários da Praia do Futuro diz que, apesar da baixa, o consumo não fica comprometido

Escrito por Redação ,
Legenda: Os estabelecimentos vendem, em média, de 32 a 35 mil caranguejos por semana no defeso; após isso, aumenta para 40 a 50 mil na Praia do Futuro
Foto: FOTO: KID JÚNIOR

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar as ações de defesa ao período reprodutivo do caranguejo-uçá, da espécie Ucides cordatus. Em portaria publicada ontem, no Diário Oficial da União, a Pasta apresenta o documento que proíbe "a captura, o transporte, o beneficiamento, a industrialização e a comercialização" no período de defeso.

Neste ano, a atividade fica impedida em três períodos: a partir deste sábado (28) a 3 de fevereiro; 11 a 16 de fevereiro e 27 de fevereiro a 4 de março. A última etapa, segundo o cronograma, acontece entre os dias 13 a 18 de março e 28 de março a 2 de abril. Essas datas foram fixadas baseadas nos períodos de lua cheia e nova, em que os caranguejos machos e fêmeas saem de suas tocas para o acasalamento e liberação de seus ovos.

Essa medida de proteção à espécie faz com que comerciantes do produto estejam atentos às exigências impostas pelo Ministério. Os donos de barracas têm até sexta-feira (27), um dia antes do início do período, para informar ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a quantidade disponível no estoque. Caso as informações não sejam encaminhadas, equipes de fiscalização apreendem a mercadoria. A multa estabelecida para a prática varia de R$ 700 a 100 mil reais, com acréscimo de R$ 20 por espécie.

Apesar das penalidades impostas aos empresários e fornecedores em caso de descumprimento da lei, o coordenador técnico do Ibama, Ivan Mota, ressalta que, de modo geral, em todos os anos de defeso sempre há um cuidado positivo por parte dos vendedores de caranguejo. "Todos eles que comercializam sempre têm um respeito. Acredito que muitos deles sabem a importância da preservação da espécie, por isso, cumprem as exigências", opina.

Consumo local

Cientes do início no período de defeso, vendedores de caranguejo, iguaria bastante presente na culinária local, buscam alternativas para não prejudicar a comercialização do crustáceo. O estoque do produto é renovado para, em seguida, ser congelado.

A presidente da Associação dos Empresários da Praia do Futuro (AEPF), Fátima Queiroz, revela que, mesmo com a baixa de 20% no estoque de caranguejo, o consumo do produto não fica comprometido. "Está tudo sob controle. O cliente não vai deixar de ter caranguejo. Nós asseguramos que, entre 10h e 15h, todas as nossas barracas terão o produto para servir", diz.

Conforme Fátima Queiroz, os estabelecimentos vendem, em média, de 32 a 35 mil caranguejos por semana no período de defeso da espécie. Após isso, o consumo aumenta para 40 a 50 mil na Praia do Futuro.

Para ela, os empresários precisam manter uma relação de transparência com o cliente para que eles entendam a importância do período. "Quando o caranguejo é capturado nesse tempo de defeso, é preciso entender que, além de ir contra a lei, a prática também prejudica o meio ambiente", diz. (Colaborou Felipe Mesquita)

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