Creche é interditada até fim da próxima semana

De acordo com Roberto Cláudio, em até quatro semanas sairá o laudo do sinistro que provocou uma morte

Escrito por Redação ,
Legenda: O prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciou a interdição do local até o fim da próxima semana. O isolamento foi feito ontem (23)
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

Após o desabamento da fossa do Centro de Educação Infantil (CEI) Professora Laís de Sousa Vieira Nobre, que culminou na morte de uma criança de quatro anos, o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, anunciou a interdição do local até o fim da próxima semana. O isolamento, que foi feito ontem (23), tem como intuito investigar as condições estruturais do local e adequá-lo para que as 254 crianças que lá estudam possam voltar para a escola com segurança.

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Além disso, Roberto Cláudio enfatizou a necessidade de dar atenção psicológica a todas as crianças da CEI, em especial às três sobreviventes. "É natural que haja um trauma entre as crianças, então a própria Secretaria Municipal de Educação (SME) será responsável por prestar assistência psicológica", afirmou o prefeito.

As três sobreviventes foram, ainda ontem, visitadas e examinadas por pediatras enviados pela Secretaria Municipal da Educação, tendo sido medicadas com um vermífugo, segundo o secretário da Secretaria Municipal dos Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), Elpídio Nogueira. Elas ficarão em observação médica. Além disso, psicólogos e assistentes sociais também foram deslocados para prestar atendimento aos três alunos e suas famílias.

A mãe de Hannah Évelyn, criança que morreu, também recebeu atendimento, tendo apoio da SDHDS para questões como o sepultamento, conforme informou Elpídio Nogueira.

A creche

Além do inquérito policial, uma Sindicância foi aberta na Prefeitura para investigar o ocorrido. Segundo o prefeito, o laudo deve sair em quatro semanas. A creche era municipal e funcionava em um equipamento alugado há, pelo menos, dez anos. Uma reforma foi feita em 2016, mas não envolveu a fossa.

O último laudo de vistoria, realizado pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf), foi feito em 2017, mas não apontou qualquer problema na área do desabamento. "É preciso que primeiro ouçamos os especialistas para tirar uma conclusão mais definitiva sobre haver ou não o risco na fossa e se houve ou não algum tipo de omissão nesse laudo [de 2017]. Não queremos tirar nenhuma conclusão precipitada", explica Roberto Cláudio. Segundo o prefeito, o laudo será examinado para entender se o conteúdo foi efetivamente correto. Além da CEI Professora Laís de Souza Vieira Nobre, outras 14 escolas funcionam em prédios alugados pela Prefeitura de Fortaleza.

Uma educadora da Associação Santo Dias que não quis se identificar, destacou que realizava projetos dentro da CEI mencionada e que a reforma realizada em 2016 foi apenas uma pintura e troca de telhados. "Nunca mudou, não dá pra chamar aquilo de escola, não tem a menor estrutura. Há mais de dez anos recebemos denúncias dos pais", aponta a educadora.

Na presença do presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Ceará (Crea-CE), Emanuel Mota, Roberto Cláudio afirmou que a Lei de Inspeção Predial, criada há seis anos, deve ganhar celeridade na sua execução e que não serão vistoriados apenas prédios privados, mas também públicos, como escolas e hospitais.

O prefeito revelou, ainda, que mais de 150 escolas compõem o parque escolar de Fortaleza, grande parte delas antiga e sem reforma, mas que R$ 40 milhões estão sendo investidos na melhoria estrutural, visual, ou de tempo de uso nessas instituições. "Fizemos mais de 330 intervenções físicas em escolas, mas a gravidade do fato nos impõe uma resposta mais veloz, com muito mais foco na avaliação de risco de todos os equipamentos da educação municipal para tranquilizar pais, profissionais e alunos". (Colaborou Ana Cajado)

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