Clientes e permissionários reclamam de sujeira no Novo Mercado dos Peixes

O lixo e o mau cheiro afetam as vendas e a valorização do equipamento turístico

Escrito por Redação , O lixo e o mau cheiro afetam as vendas e a valorização do equipamento turístico

Ao chegar no Novo Mercado dos Peixes, ao contrário do que se espera desse moderno equipamento turístico, o mau cheiro e o lixo, além de bichos indesejados como ratos e baratas, chamam a atenção dos clientes. O permissionário João Cardoso também aponta outros problemas, como poças de chorume e água suja com forte odor espalhadas pelo piso e estacionamento do local.

A situação afeta as vendas. "Os clientes chegavam (no Mercado) com a mão no nariz e não chegavam no meu box, já saíam correndo", relata permissionária Ana Lúcia Santos. Após três anos trabalhando nessas condições, ela decidiu arrendar o seu box. Alguns outros boxes permanecem fechados.

Dentro e fora do equipamento, até entre as pedras, é possível observar resíduos sólidos, como embalagens plásticas, isopores e restos de alimentos, fora a grande presença de ratos. Para o professor universitário Emerson Soares, a sujeira é prejudicial para o meio ambiente. "Uma poluição orgânica que vai carrear para dentro do ambiente aquático, prejudicando a cadeia aquática, e vai também poluir o ambiente, tornando ele, com outros compostos em reação, uma área insalubre para quem se utiliza do local", afirma.

"A prefeitura, o estado, quem quer que seja, tem que mudar isso, porque o cheiro não tem quem aguente. É um local agradável, com um preço agradável e tudo, mas desse jeito fica complicado", dispara o servidor público e frequentador do Mercado, Walber Gomes.

O secretário da Regional II, Ferruccio Feitosa, explica as providências que são tomadas pela Prefeitura de Fortaleza em relação à higiene. "Nós fazemos aqui diariamente duas limpezas e também retiramos todo o lixo do Mercado dos Peixes duas vezes por dia. Agora, o que acontece aqui, infelizmente, é a falta de educação e zelo por esse ambiente, que é inclusive o ganha pão deles", justifica Ferruccio Feitosa. O responsável pela pasta enfatiza que além das medidas de limpeza mencionadas, também são realizadas duas lavagens semanais em todo o piso, às terças e quintas-feiras.
 
"Eles (permissionários) recebem os peixes e mariscos de forma inadequada pela manhã, onde percorrem todo o Mercado até chegar no seu box, derramando todo o chorume de mariscos aqui. Nós diversas vezes já conversamos, já solicitamos", diz o secretário. Ele afirma também que há irregularidade no trato do pescado, sendo encontrado diversas vezes resíduos como cabeças de peixe e camarão e vísceras na rede de esgoto do local.

Consequências

Localizado no fim da Avenida Beira Mar, próximo ao Iate Clube de Fortaleza, o Mercado dos Peixes fica na beira da praia, com vista e localização privilegiadas. A turista Leila Paiva descreve o cheiro como "terrível". "Aí você vai pedir alguma coisa para comer e não dá muito certo", lamenta. Já o turista José Milton Barbosa relaciona a falta de cuidado ao prestígio do Mercado. "Você vê uma estrutura muito boa, fantástica, certamente foi um investimento muito alto, né, e que de repente isso acaba perdendo um pouco do valor em função de uma coisa tão simples que é a destinação dos resíduos do pescado", avalia José Milton.

Segundo Ferruccio Feitosa, a prefeitura já solicitou a atuação rigorosa da Vigilância Sanitária (VISA) e da Agência de Fiscalização de Fortaleza (Agefis) no Mercado, para proporcionar um "ambiente mais saudável".

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