Chuva vai diminuir no Interior do Ceará e aumentar no litoral

Prognóstico da Somar Meteorologia aponta possibilidades de tempestades na Capital e Região Metropolitana

Escrito por Lêda Gonçalves - Repórter ,
Legenda: No Litoral, a perspectiva é de aumento das chuvas nos próximos dias, com alerta para Fortaleza que pode enfrentar tempestades
Foto: Foto: José Leomar

Esse é o último mês da quadra chuvosa de 2018 no Ceará e a previsão dos principais institutos de meteorologia do País indica situação nada boa no geral, principalmente para as regiões dos grandes reservatórios do Estado. De acordo com a Somar Meteorologia, maio terá dois cenários distintos: no Interior, em regiões como o Cariri, Sertão Central e Jaguaribana, a tendência é que as precipitações fiquem abaixo da média histórica, com registros que não chega nem 25 milímetros. Já no Litoral, a perspectiva é de aumento, com alerta para Fortaleza que pode enfrentar tempestades. "Isso na primeira quinzena, já a começar no feriado e fim de semana próximos. A segunda quinzena deve ser menos úmida e com menos chuvas", afirma o meteorologista Celso Oliveira, acrescentando alerta para mais raios e trovões. "A Defesa Civil deve ficar atenta", frisa.

Confira o quanto choveu na Capital
A climatologista do Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Renata Tedeschi, explica que o principal fenômeno indutor de chuvas no Estado, a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) está mais afastado, levado pelo esfriamento das águas do Atlântico Equatorial Sul.

Fraca

"Além disso, a La Niña quase não influenciou e está cada vez mais fraca", diz, acrescentando que o El Niño pode retornar, causando ainda mais a falta de chuvas. "No entanto, ainda é cedo para apontar a posição dele. Em novembro ou dezembro poderemos ter uma análise mais precisa".

Na visão do especialista do Somar, o Ceará deve continuar em situação crítica em relação aos açudes. Os 155 reservatórios monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh) que tem capacidade total de 18,63 bilhões de metros cúbicos de água. Atualmente, o Estado só possui 16,56% desse volume ou 3,09 bilhões de metros cúbicos. O Castanhão, o maior do Norte e Nordeste, só tem 8,53% de seu total.

"O ideal para a segurança hídrica é ter pelo menos 50% do total dos cheios ao final de cada quadra chuvosa", analisa Celso Oliveira.

Semelhante

A Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) prevê que a partir de quarta-feira há uma tendência de diminuição em todo o Estado. Para esta terça-feira, a previsão é de nebulosidade variável com chuva no centro-norte do Ceará. Nas demais regiões existe possibilidade de chuva no decorrer do dia. Já amanhã, o cenário é semelhante: nebulosidade variável, porém com possibilidade de chuva na faixa litorânea. Nas demais regiões, céu parcialmente nublado. Segundo o órgão estadual, neste momento, balanço ainda parcial aponta abril como o mais chuvoso desde 2009, com média de 215,4 mm, ou seja, 14% acima do normal, que é de 188 mm.

Em relação a Fortaleza, as chuvas acumuladas entre janeiro e abril estão 40% abaixo da média histórica. No período, foram registrados 862.3mm, sendo o normal de 1.444,6mm. No ano passado, a Capital teve um desvio positivo com 1.6% a mais de chuvas. Em nove anos, desde 2008, 2013 foi o pior, quando choveu 652,4mm ou menos 55,5% das precipitações consideradas dentro da normalidade.

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