Ceará tem 138 casos e 26 óbitos por influenza

Segundo dados da Secretaria da Saúde, 2018 acumulou o maior número de casos confirmados em 9 anos

Escrito por Redação ,

Em meio a campanhas de vacinação, lotações em postos de saúde e novas doses disponibilizadas, Fortaleza vê se agravarem as consequências da influenza. De acordo com dados divulgados ontem (10) pelo boletim semanal das Doenças de Notificação Compulsória, da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o Ceará contabiliza 26 óbitos e 138 casos confirmados da doença.

Do total registrado, 94 infecções ocorreram na Capital, assim como 11 mortes por Influenza. A preocupação se torna maior ao compararmos com registros da semana anterior: dados do Boletim Semanal Epidemiológico da Sesa, divulgado na última sexta-feira (4), mostravam que o Ceará tinha 121 casos da enfermidade confirmados, além de 21 óbitos. Até então, dentre os 404 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) que haviam sido registrados, 121 foram causados pelo vírus influenza, e, destes, 99 correspondiam ao subtipo H1N1.

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Em 2016, houve um aumento da circulação do vírus fora de época, também. Mas nesse ano, está sendo algo surpreendente", afirma Robério Leite, infectologista do Hospital São José e professor de pediatria da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC). "Esse é um vírus bastante agressivo. Porém, o que leva os casos mais graves ao óbito é a infecção por bactérias que, com o vírus, têm fácil acesso aos organismos. A maior parte das complicações se deve a esses fenômenos", diz.

Influenza
Aumento

Classificada como doença infecciosa aguda, a influenza afeta o sistema respiratório e é facilmente transmissível, além de ser mais comum em uma época específica do ano. No Ceará, a maior parte dos casos é registrada durante o primeiro semestre do ano. O vírus também é capaz de provocar epidemias recorrentes e pode evoluir com pandemias quando um novo vírus se dissemina em uma população que não possua imunidade.

Ao todo, são quatro os tipos de vírus influenza que afetam a saúde humana, segundo Robério. "São a influenza A H1N1 e H3N2, e a influenza do tipo B, que possui duas linhagens diferentes, chamadas Victoria e Yamagata. O tipo B é, em média, bem menos agressivo e, nesse momento, menos frequente".

Entre os anos de 2009 e 2018, o número de casos graves confirmados da influenza, ou seja, quando esta evolui para uma Síndrome Respiratória Aguda Grave, sofre um aumento notável. Este ano teve a maior quantidade de casos registrados até o momento. O último ano com maior número de ocorrências foi 2016, com um total de 103 infecções confirmadas pela Sesa.

Dos 26 óbitos causados pela enfermidade, outros quatro foram registrados no município do Eusébio, e dois em Solonópole. Os municípios de Caucaia, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante, Maracanaú, Aracati, Milhã, Jaguaruana e Iracema tiveram, respectivamente, um óbito.

"Existem os grupos de maior risco, que são pessoas que têm maior deficiência na imunidade, que já possuem doença respiratória ou crônica, idosos e crianças com menos de 2 anos. Esses são os grupos mais vulneráveis para o risco de óbito, por isso são prioritários na vacinação. Casos graves também podem acometer pessoas com o sistema imunológico perfeito, mas é uma minoria", destaca o infectologista Robério Leite.

O grupo prioritário é composto, ainda, por trabalhadores de saúde, professores das redes pública e privada, gestantes, puérperas (mulheres com até 45 dias de pós-parto), povos indígenas, adolescentes e jovens de 12 a 21 anos em medidas socioeducativas, bem como funcionários do sistema prisional.

Ainda conforme o Boletim Epidemiológico publicado no dia 4 de maio, o maior acometimento da influenza até o momento coube às mulheres, que representam 57% do total das ocorrências.

Conforme o documento, nenhuma das pessoas que faleceram por causa da doença tinham histórico de vacinação e cerca de 57% delas apresentavam fatores de risco, como, por exemplo, doenças crônicas.

Crianças

Em relação às faixas etárias, as que mais foram acometidas pelo vírus haviam sido crianças de um a quatro anos, correspondendo a 23,1% do total, e idosos, equivalendo a19,8%.

A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) foi contatada pela reportagem do Diário do Nordeste a fim de solicitar um representante do órgão para comentar os dados do Boletim Semanal das Doenças de Notificação Compulsória. Porém, o retorno não foi dado até o fechamento desta edição.

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