Casos de H1N1 no CE mais que triplicam: 76 são confirmados

De acordo com boletim epidemiológico divulgado ontem (27), número de óbitos cresceu de 4 para 11

Escrito por Cadu Freitas - Repórter ,
Legenda: Os sete postos de saúde centrais de Fortaleza estarão distribuindo doses para os grupos de risco neste fim de semana
Foto: Foto: Fabiane de Paula

De 19 de abril ao dia 27 passaram-se apenas oito dias e, enquanto as vacinações contra o vírus influenza continuavam nos postos cearenses, os números contabilizados pela Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa-CE) iam subindo. Nesse período, os 24 casos confirmados para H1N1, citados na semana anterior, evoluíram para 76; bem como o número de óbitos passou de quatro para 11.

Ao todo, só em 2018, já foram notificados 281 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), dos quais 91 foram causados pelo influenza, cujos subtipos podem ser A H1N1, A H3 e B. No ano todo de 2017, houve 286 notificações, com 36 confirmações e cinco óbitos.

Além das 11 mortes causadas pelo H1N1 neste ano, outras oito ainda continuam em investigação a fim de saber qual foi o agente infeccioso responsável e seis não tiveram seu biotipo especificado pela epidemiologia.

De acordo com o boletim as mortes foram registradas nas cidades de Aracati (um), Eusébio (dois), Fortaleza (quatro), Iracema (um), Milhã (um), Paraipaba (um) e Solonópole (um). Além disso, a maioria dos casos que evoluíram para óbitos faziam parte do grupo de risco considerado pela Sesa, especialmente na faixa etária de pessoas acima de 60 anos e crianças entre um e quatro anos - que apresentavam ou não doenças crônicas.

A superintendente da Rede de Unidades Hospitalares e Ambulatoriais do Estado, Tânia Coelho, considera que o aumento nos números da influenza ocorreu pelo trabalho das equipes de saúde. "Acho que com todo esse alarme em Fortaleza e no Estado, as pessoas passaram a notificar mais, a gente vem trabalhando desde a semana passada pedindo a notificação de todas as unidades hospitalares, inclusive das unidades privadas que são locais onde a gente tem dificuldade de notificação", afirma.

Um comparativo entre o número de casos de H1N1 neste ano sugere, pelo menos até o momento, que é possível haver recorde de confirmação para o vírus em 2018, uma vez que a maior quantidade foi estabelecida há dois anos, quando foram confirmados 103. Contudo, para Tânia Coelho, ainda é cedo para dizer isso.

"Dizer que a gente vai superar é meio difícil, mas pode ser que isso aconteça. A tendência agora é de que esse número diminua. Em maio, a maior parte do grupo de risco já vai estar vacinada, então a tendência é diminuir", acredita a superintendente.

Vacinação

Para que isso aconteça, contudo, é preciso que a cobertura de vacinação do grupo de risco siga atendendo a maior quantidade de pessoas possível. "Nossa meta é conseguir fazer a cobertura vacinal e estimular as capacitações, estimular o uso do tamiflu o mais rápido possível nos pacientes do grupo de risco que têm sintomas de gripe", explica a superintendente, ao ressaltar que o medicamento tem indicações específicas e está sendo usado de forma inadequada por muitas pessoas.

Para atingir o objetivo da Campanha da Vacinação contra o H1N1, neste fim de semana os sete postos de saúde centrais de Fortaleza estarão distribuindo doses para os grupos de risco. A Capital recebeu 63 mil vacinas ontem e pretende continuar com o atendimento até na segunda-feira, cujo dia foi considerado como ponto facultativo pela Prefeitura do Município e pelo Governo do Estado.

Boletim

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