AMC apreendeu 1,5 mil veículos neste ano na Capital

Em 2017, foram cerca de 64 remoções por mês. Neste ano, o número já alcança 159 remoções a cada 30 dias

Escrito por João Lima Neto - Repórter ,
Foto: Foto: Kid Júnior

Anualmente, o condutor de moto ou carro precisa pagar taxas anuais como o licenciamento. O problema é que muitos motoristas e motociclistas estão deixando de quitar os valores no período correto. O impacto é perceptível na remoção de veículos em blitze realizadas na Capital pela Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC). Conforme levantamento do órgão, no ano passado, foram realizadas cerca de 64 remoções por mês. Em 2018, o número já alcança 159 remoções a cada 30 dias. As fiscalizações são realizadas de forma itinerante, na maioria das vezes, com o intuito de deter motoristas alcoolizados.

Alcoolemia

No ano passado, 3.822 veículos foram removidos de vias municipais. Já em 2018, até maio, a fiscalização alcançou 1.556 veículos. "A remoção não é fruto da infração de alcoolemia, mas sim quando o veículo está com licenciamento atrasado. A infração de dirigir sob efeito de álcool, a medida administrativa, é a retenção do veículo até que venha um condutor habilitado e pegue o carro. Nas fiscalizações de blitz é verificado também o documento do veículo e a habilitação do condutor, muitos não habilitados. Em relação a Lei Seca, temos de ressaltar a quantidade de veículos abordados. A blitz está tendo eficiência por abordar mais pessoas em um maior espaço. A população pode perceber a presença das fiscalizações nas ruas", explica o gerente de operação e fiscalização da AMC, Disraeli Brasil.

Em 2017, a operação Lei Seca aconteceu de janeiro a dezembro. Um total de 20.524 veículos foram abordados. Dentre os 17.460 testes realizados, 31 deram positivos. 322 condutores se recusaram a fazer o bafômetro. O órgão removeu 778 veículos. De janeiro até maio deste ano, a AMC realizou 22.833 abordagens da Lei Seca. 21.880 pessoas foram submetidas aos exames, mas apenas cinco motoristas deram positivo. Houve 344 recusas e 795 remoções de veículos.

Eficácia

Na avaliação do professor Flávio José Craveiro Cunto, do Departamento de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Ceará (UFC), as blitze são essenciais para o cumprimento da legislação. "Eu acho que as blitze são necessárias para que os usuários tenham consciência de que as ações, o nosso comportamento, estão em constante monitoramento. As fiscalizações são eficazes para consolidar políticas de segurança viária. Ela faz com o que os usuários tenham a sensação que no momento que tiverem cometendo infrações, eles estão sendo monitorados e vão ter que pagar pelos atos", explica Craveiro Cunto.

Uma solução apontada por Craveiro para que os condutores paguem em dias as taxas obrigatórias, é uma boa transparência pública da aplicação de recursos na cidade. "Essa é uma questão complexa, pois vai da condição social e conscientização. Uma maneira para aumentar essa taxa de adesão de legalização dos veículos, em primeiro lugar, tornar transparente onde são aplicados os valores gerados. Se você fala de licenciamento, seguro obrigatório, Imposto Sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), inspeção veicular, manutenção de veículos, essas infrações a gente conseguem aumentar ou reduzir por meio de conscientização", conclui.

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