Adolescente morre vítima de melioidose

Escrito por Redação ,
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Secretaria da Saúde do Estado confirma morte por melioidose e alerta população sobre o risco de novas ocorrências

A melioidose, doença transmitida pela bactéria Burkholderia pseudomallei, volta a matar no Ceará, após uma trégua de três anos. O primeiro óbito de 2008 foi confirmado ontem pelo coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria de Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonseca. A vítima, um jovem de 14 anos, residente em Fortaleza, faleceu no último dia 4.

A Sesa ainda investiga o local da contaminação, uma vez que o jovem visitou vários locais no feriado da Semana Santa. “Acreditamos que ele tenha tido contato com a bactéria quando tomou banho na cachoeira do Boi Morto, em Ubajara. diz Fonseca. Contudo, o contato pode ter ocorrido nos municípios de Guaraciaba do Norte ou na bica do Ipu.

A melioidose foi diagnosticada pela primeira vez no Brasil em 2003. Todos os sete casos registrados no País foram no Ceará, dos quais quatro ocorreram no município de Tejuçuoca, um em Banabuiú e outro em Aracoiaba. “Tivemos ainda o caso de um turista holandês que foi contaminado pela bactéria quando visitou o nosso litoral, vindo a falecer em seu país. As autoridades de saúde da Holanda comunicaram a morte à Sesa”, relata Fonseca, acrescentando que agora sobe para oito o número de pessoas acometidas pela doença.

Com o período das chuvas, a Sesa faz um alerta para o risco da ocorrência de novos casos de melioidose no Ceará. A doença apresenta letalidade muita elevada nas formas graves. A letalidade da doença no Estado do Ceará foi de 85,7%.

O infectologista do Hospital das Clínicas, médico Ivo Castelo Branco explica que a melioidose é uma doença causada pela Burkholderia pseudomallei, uma bactéria que fica no solo, a cerca de 20 a 25 centímetros de profundidade. Contudo, nas primeiras chuvas é levada pelas águas contaminando poços, riachos, rios, bicas, etc.

Portanto, se alguém estiver tomando banho nessas águas infestadas pela bactéria, pode contrair a doença se ingerir a água, aspirar ou inalar. Também ocorre contaminação através de ferimentos na pele.

De acordo com o médico, os primeiros casos da melioidose no mundo surgiram na Austrália e no Vietnã. O infectologista não sabe dizer como a doença chegou ao Ceará. No entanto, “sabemos que algumas pessoas que tiveram contato com a bactéria, mas não se contaminaram. Em outras, a evolução foi rápida, chegando ao óbito em uma semana”, alerta.

Sintomas

Os principais sintomas da melioidose são de pneumonia, pneumonia com septicemia e septicemia, mas há outras formas clínicas, com manifestações comuns a muitas infecções. O médico Ivo Castelo Branco, que também é coordenador do Núcleo de Medicina Tropical da UFC, disse que as pessoas que apresentarem um dos sintomas devem entrar em contato com um médico para fazer o exame de sangue, que vai confirmar ou não a presença da bactéria e iniciar o tratamento. Ele alerta que esta bactéria é resistente aos antibióticos, há remédios para combatê-la.

Suellem Caminha
Repórter

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