80% da Caatinga devastados no CE

Escrito por Redação ,
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Vinte e oito milhões de pessoas residem na Caatinga, segundo o Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente

Os estragos causados ao meio ambiente podem estar longe de serem solucionados. Mas a participação civil tem contribuído para amenizar os impactos em qualquer tipo de ecossistema. Em tratando-se da Caatinga, bioma presente em 92% de todo o território do Estado, os cuidados ainda são poucos. De acordo com o diretor do Instituto de Desenvolvimento Sustentável e Energias renováveis (Ider), Jorgdieter Anhalt, o Ceará possui apenas 20% da vegetação nativa. Reflexo dos constantes desmatamentos ocorridos nessa área.

Segundo o presidente do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam), André Barreto, cerca de 28 milhões de pessoas residem na Caatinga. Os dados foram apresentados ontem, na Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, durante a abertura da Semana da Caatinga, que prossegue até amanhã no auditório da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).

Conforme Barreto, a Caatinga é um dos biomas que precisa de investimentos para evitar uma maior degradação, principalmente pela sua localização, no semi-árido nordestino. Com isso, aumenta a possibilidade de ter um clima mais seco, quente e influenciar no êxodo rural da população. “Os investimentos servem para que seja mantido um equilíbrio nesse ecossistema”, destaca Barreto.

Para o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semi-Árido, deputado estadual Cirilo Pimenta, todos os municípios precisam de uma legislação específica para coibir qualquer prática que cause danos ao meio ambiente. “É importante que cada cidade seja um pequeno pulmão verde no Estado”, diz. Além disso, Cirilo Pimenta salienta que a Semana da Caatinga é importante por trazer à tona discussões sobre os problemas ambientais e, principalmente, buscar soluções para as áreas mais atingidas.

“É importante que se cobre das instituições, tanto organizações não-governamentais (ONGs) quanto entidades governamentais, para que a Caatinga tenha sua preservação garantida e continuada”, diz o deputado estadual.

Além das associações, estavam presentes ao lançamento da Semana da Caatinga alunos de escolas públicas. Na opinião de Angélica Páscoa Cardoso, 14 anos, todas as discussões sobre o meio ambiente são importantes para reconhecer a necessidade de se manter esse patrimônio natural. “Temos que dar continuidade à nossa vida”. Durante a Semana da Caatinga, a programação consta de palestras em Fortaleza.

Hoje e amanhã, acontecem, no auditório da Semace, formação de grupos de trabalho para apresentação e discussão do “Plano de Trabalho e Estratégias de Ação do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera da Caatinga”; e uma palestra sobre “Arborização Urbana” e “Planos de Manejo Florestal”.

A programação acontece simultaneamente em municípios do Interior. Em General Sampaio, com o lançamento do Programa de Educação Ambiental da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN); em Crateús, com a realização de concursos de desenho e de poesia; e em Itatira, com o plantio de mudas nativas nos assentamentos do município.

Maurício Vieira
Repórter

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