11,7 mil já procuraram ajuda por problemas com Drogas

Dos milhares de pedidos por ajuda neste ano, 78% deles vieram de homens e 22% de mulheres

Escrito por Redação ,
Legenda: Algumas das pessoas são atendidas no Centro de Referência Sobre Drogas do Estado e outras nos Centros de Atenção Psicossocial (Caps)
Foto: FOTO: NATINHO RODRIGUES

O Centro de Referência Sobre Drogas de Fortaleza já realizou 8.490 atendimentos para usuários. O número é contabilizado desde março de 2015, quando o órgão foi acoplado à Secretaria Especial de Políticas sobre Drogas (SPD), do Governo do Estado do Ceará. Somente em 2018, foram feitas 1.878 solicitações de ajuda em uma das modalidades de acolhimento do Centro.

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O atendimento da Pasta é oferecido presencialmente, por meio de uma unidade móvel ou ainda de maneira virtual (via ligações ou aplicativo). De 2015 a última segunda-feira (25 de junho de 2018), 8.490 usuários foram em busca presencial por orientações. O número do Centro, que é gratuito, recebeu 3.308 demandas.

Dos milhares de pedidos por ajuda de 2018, 78% vieram de homens e 22% de mulheres. Segundo a coordenadora do Centro de Referência, Magda Coelho, este fator se dá por questões de gênero. "A mulher geralmente nega mais nosso auxílio porque tem filhos, e aí a situação tende a chegar ao Conselho Tutelar ou outros órgãos responsáveis. Como ela não tem, muitas vezes, com quem deixar a criança ou adolescente, fica sem ajuda", explica.

A busca ativa por essas mulheres é feita por outros profissionais, como os dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps). O Centro de Referência abre as portas com palestras, escuta e orientação psicológica e assistencial quando o usuário já tem consciência de seu problema e procura, por si só, ajuda.

Em comparação, os três primeiros anos do Centro completaram cerca de 209 atendimentos por mês, entre 2015 e 2017. De janeiro a junho de 2018, essa média subiu para 313.

Magda Coelho, entretanto, relata que esse índice, na verdade, diminuiu, sobretudo em razão do projeto "Corre Pra Vida", da SPD, que acolhe pessoas em situação de rua em mais de 3 mil ajudas por mensais. "Falar de drogas ainda é um tabu, porque o usuário sempre tem seu caráter colocado em cheque. A população ainda não entende que se trata de uma doença. E Essa mentalidade precisa mudar", reforça a coordenadora.

No número, 0800 275 1475, o usuário, sob um cadastro, recebe escuta e pode falar com um dos dois psicólogos. Dependendo do caso, pode ser encaminhado à SPD. Na maioria das vezes, no entanto, a pessoa que liga quer apenas desabafar ou não tem coragem para comparecer ao atendimento presencial. Familiares também podem ligar para o número, que já tocou 932 vezes somente este ano.

Aplicativo

O aplicativo "Aqui Tem Ajuda", por sua vez, foi lançado ainda em junho de 2018 e mapeia, em todos os 184 municípios cearenses, lugares que ofereçam ajuda a usuários de drogas. Toda uma rede de apoio também trabalha no aplicativo, que funciona somente para celulares com sistema operacional Android.

Juazeiro do Norte

Outro Centro de Referência foi inaugurado há dois meses em Juazeiro do Norte. Ainda não se tem índices sobre os atendimentos na região do Cariri por diversas complicações, dentre elas, a de que é mais difícil procurar ajuda em lugares menores onde, geralmente, todos se conhecem. "Além disso, o álcool nunca é tratado com a droga que realmente é. Ninguém fuma pedra de crack no almoço em família, mas o álcool está sempre lá", destaca Magda Coelho. (Colaborou João Duarte)

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