Vencer de novo no Maracanã

Tom Barros

Dizem que dois raios não caem no mesmo lugar. Verdade ou mentira? Ora, a estátua do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, segundo estudo do Inpe, recebe em média seis raios por ano. O Ceará ganhou do Flamengo no Maracanã. Então os céticos entendem que tamanha zebra não poderá ser repetida agora diante do Fluminense. É complicado. Conta-se nos dedos o número de vitórias de times cearenses no Maracanã. Mas não descarto outro raio no mesmo lugar, embora o reconheça como improvável. O Ceará tem problemas nítidos de produção como restou provado nas derrotas em Recife diante do Sport e em Salvador diante do Bahia. Mas tem também surpreendido em outros jogos, quando consegue jogar bem. Foi assim nas vitórias sobre o Cruzeiro em Belo Horizonte e sobre o Atlético no Castelão. O Fluminense ocupa a faixa intermediária, três pontos acima do Ceará (41 x 38). A ausência de Pedro, exímio goleador, tem contribuído para a queda de aproveitamento do ataque tricolor. As duas equipes têm problemas pontuais. Previsão de muito equilíbrio. Aliás, no modelo mesmo dos recentes desafios do Ceará, onde os placares foram por diferença mínima. Foi no Maracanã que Leandro Carvalho assinalou o gol da vitória (0 x 1) sobre o Flamengo. Quem sabe não repita o feito. Afinal, segundo estudo do Inpe, dois ou mais raios podem, sim, cair no mesmo lugar.

Último ato

O Fortaleza, com a consciência do dever cumprido, ainda tem o último capítulo da Série B nacional. Enfrenta o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, sexta-feira próxima, dia 23. Mero cumprimento de tabela para os dois times. O Fortaleza porque classificado para a Série A e campeão; o Coritiba porque na faixa onde nem sobe, nem desce. Deve ser um porre entrar em campo para disputar partida assim, a não ser para a turma da laranja que aproveita para posar de titular da equipe.

Nos estertores

Já analisei aqui as dificuldades financeiras para a realização do Campeonato Cearense, inclusive com a possível ausência de forças expressivas como Guarany de Sobral e Guarani de Juazeiro. Pior ainda para 2020. Pelo andar da carruagem, morrerá por inanição. É visível o interesse da CBF em reduzir a cada ano o número de datas dos certames estaduais. Se continuarem assim, o Campeonato Cearense virará o antigo "Torneio Início", onde a disputa começava e acabava numa só tarde/noite.


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