Tom Barros: Leão a um passo do centenário

Falta pouco. Uma semana a mais e lá estará o Fortaleza comemorando cem anos de existência. Data histórica. Cabe um olhar para trás, em busca das origens, dos sonhos que geraram a matriz hoje contemplada com profundo respeito. O Fortaleza é nação, religião, devoção. Comunhão de ideais que junta torcedores de todas as classes. Camadas distintas que formam um todo tricolor. Composição robustecida após décadas e décadas de atividades intensas. De Alcides Santos a Marcelo Paz, tantos pensares diferentes. Divergências salutares no campo das ideias. E, exatamente porque plurais, um Fortaleza democrático e inovador que trouxe o poder do voto também para os torcedores. O destino do clube não mais restrito a um grupo, mas aberto a quem queira, seguindo os estatutos, ter efetiva participação no pleito. Há filmes, revistas, livros, vídeos, folhetos, enfim, uma série de trabalhos sobre o Centenário. Um levantamento minucioso que cuida de trazer às novas gerações o Fortaleza desde os alicerces aos dias de hoje. O Fortaleza dos primeiros tempos, da casinha modesta da Rua Júlio César, pertinho do PV na Gentilândia, ao Fortaleza do belo e moderno Estádio Alcides Santos no Pici. Muita coisa a ser contada. Os títulos gloriosos. Os fracassos. Os sobressaltos. Os contratemos. As retomadas. O descer para as cinzas e delas sair fulgurante. O levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. Assim a história de um time que avança no tempo, confiante, pujante, grandioso. Time que tem na mística "daquelas camisas", como bem traduziu um dia o saudoso e notável jornalista Blanchad Girão, a magia que o faz maior, mesmo nas adversidades. Daí a energia para chegar aos cem anos.

Mérito dele

O Ceará não depende de ninguém para ficar fora da zona de rebaixamento. Essa situação foi obtida a muito custo depois da chegada de Lisca. O time, por número de jogos, pode até retornar vez por outra à zona maldita, mas, ao igualar o número de jogos, logo sairá. Tudo isso desde que não perca.

Refém

Há algumas rodadas, a situação era diferente. O Ceará ganhava e ganhava, mas permanecia na zona de rebaixamento. Sei que será difícil conservar até o fim do certame essa independência. É verdade. Mas a luta tem que ser por tal manutenção. Quando o time passa a depender de terceiros vira refém. Aí tudo fica bem mais complicado.

Pílulas

A melhor notícia para o Ceará foi a possível volta de Wescley a tempo ainda de enfrentar o Palmeiras. Quando sofreu contusão, Wescley era a referência.

Imagino Juntos no ataque do Ceará Wescley e Juninho Quixadá. O time ganharia novo potencial pela criatividade de Juninho e pelo futebol agudo de Wescley. O próprio Arthur poderia ser beneficiado com tal composição.


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