Série A: Copa no caminho

Brasileirão de 2018 terá duas fases distintas separadas pela Copa do Mundo e traz desafio de regularidade a equipes

O Campeonato Brasileiro de 2018, que começa neste sábado com o Ceará estreando contra o Santos às 21 horas, no Pacaembu, em São Paulo (SP), certamente será diferente do que retornará no dia 18 de julho, após mais de um mês de paralisação. Em ano de Copa do Mundo, o principal torneio nacional ganha uma espécie de intertemporada capaz de reequilibrar as forças em meio à disputa. Serão 12 rodadas até 13 de junho, data da última jornada antes de os clubes ganharem a folga forçada por conta do Mundial na Rússia, que terá início no dia seguinte. Passado o torneio da Fifa, os brasileiros voltarão à guerra em 16 de julho, uma segunda-feira. Ou seja, 32 dias de abstinência.

Retrospectiva

Vale recordar que, das três edições de pontos corridos no atual formato disputadas em anos de Copa, apenas uma vez quem liderava antes da pausa acabou confirmando o título nacional posteriormente: em 2014, o Cruzeiro chegou ao período de interrupção da competição três pontos à frente do vice-líder Fluminense e foi campeão com 80, com o Flu despencando para a sexta posição. Em 2010, o Brasileirão foi paralisado na sétima rodada, quando os líderes eram Corinthians e Ceará, sensação do início do certame, ambos com 17 pontos. O clube paulista somava dois a mais do que o Fluminense, que arrancaria depois para o título e deixaria os paulistas na terceira colocação. Já o Vovô, oscilou bastante após a pausa, mas conseguiu uma comemorada vaga na Copa Sul-Americana com um honroso 12º lugar.

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Já em 2006, a pausa aconteceu após 10 jogos e quem despontava era o Cruzeiro, que perdeu muito fôlego (fechou a sua participação em 10.º) e viu o São Paulo ficar com a taça. Vale lembrar que foi justamente a partir de 2006, ano em que a Alemanha sediou o Mundial, que o Brasileirão adotou o formato de pontos corridos com 20 clubes.

Neste ano, a fórmula se repete: todos contra todos, em turno e returno. Além do campeão, os três colocados subsequentes garantirão vaga diretamente na fase de grupos da Copa Libertadores de 2019. Já o quinto e o sexto vão para a etapa prévia da competição continental. Lembrando sempre que se os ganhadores de Copa do Brasil, Libertadores e/ou Sul-Americana estiverem também dentro desse G6, as vagas brasileiras à Libertadores vão sendo preenchidas pelos melhores colocados seguintes.

Para a Copa Sul-Americana estarão garantidos os seis melhores colocados do Brasileirão, excluídos os classificados à Libertadores. Já os quatro piores da Série A serão rebaixados à Série B e a jogarão em 2019.

Opinião

Onde os fracos não têm vez

Gustavo de Negreiros. Editor

A Série A do Campeonato Brasileiro é conhecida por ser implacável: não há espaço sequer para o razoável. São 20 clubes do mais alto gabarito do futebol brasileiro, que compartilham a mesma ideia de excelência. Futebol de grande exigência física e tática, de técnica mais elevada que as demais séries - embora muitas vezes questionada com relação à Europa. Sobretudo, um grande embate de forças. De grandes investimentos que concentram toda a atenção. Uma prova de fogo, principalmente para quem retorna, como é o caso do Ceará.

O Vovô tem uma missão clara logo de cara: acreditar em si mesmo. Se o futebol é importante, sem confiança ele se anula. É preciso que o Alvinegro, mesmo em situações em que não é favorito, se imponha, principalmente com o apoio da torcida. A filosofia que o lançou da Série B para a Série A tem de ser mantida. Jogar para vencer. Como o próprio Marcelo Chamusca diz: "quem joga para empatar está mais próximo da derrota". Os revezes virão, de forma bem mais frequente que a torcida está acostumada. Daí a força mental deverá ser preponderante e as missões devem estar claras. O Vovô tem o objetivo de permanecer. Para isso, é preciso ser efetivo. Pontuar com frequência, sem chance de crise.