Quatro vezes a melhor do mundo de futsal, Amandinha quer ser exemplo

A cearense é a atração da seleção brasileira nos amistosos contra Argentina, que ocorrerão nos dias 15 e 16 de dezembro no Ginásio Esportivo da Unifor

Melhor jogadora de futsal do mundo ao vencer as últimas quatro edições do Agla Futsal Awards, prêmio com a chancela da Fifa, a cearense Amandinha tem orgulho de tudo que construiu na carreira e do que representa. Ela é a principal atração da Seleção Brasileira nos amistosos contra a Argentina, que ocorrerão nos dias 15 e 16 de dezembro, no Ginásio Esportivo da Unifor, e está muito feliz em retornar a Fortaleza fazendo o que mais gosta: jogar futsal, e ainda com a família ao lado.

"Estou muito feliz de representar a Seleção Brasileira de Futsal no meu Estado. Tenho orgulho de dizer que sou cearense e hoje vou representar o meu País aqui, ter minha família perto de mim, vendo pessoalmente um jogo meu e não só por transmissão via internet. A sensação é indescritível, de vê-los na arquibancada. Espero que aconteça isso mais vezes, pois a família ao nosso lado é sem igual. Estar aqui é indescritível", disse ela, que mora em Santa Catarina desde 2011, quando tinha 15 anos, e joga hoje no Leoas da Serra de Lages/SC.

A ala é tricampeã mundial pela Seleção Brasileira. Por clubes, carrega três títulos da Libertadores da América, sendo dois pelo Barateiro Futsal, de Brusque (SC), e um com o Leoas.

Convocada para a Seleção Brasileira aos 18 anos e autora do gol do título mundial em 2014 contra Portugal da vitória por 4 a 3, garantindo o pentacampeonato da Seleção, Amandinha é uma das referências na modalidade.

Ciente dessa referência na qual se tornou para muitas meninas que sonham em jogar futsal, Amandinha afirma que já foi uma delas e, por isso, busca ser um exemplo para tantas que estão nas escolinhas pelo País, em uma categoria pouco valorizada pelo público e mídia.

"Eu não esperava que eu fosse conquistar tantos títulos tão cedo, ser considerada a melhor do mundo. Eu só queria jogar, ser feliz e realizei um sonho. E com tantos títulos, sendo a melhor do mundo quatro vezes, amadureci cedo e assumi a responsabilidade. As pessoas se inspiram em mim, por isso toda e qualquer atitude precisa ser exemplo. As menininhas iniciando nas escolinhas olham para mim e me veem como espelho, por isso a responsabilidade triplica. Eu quero ser importante e especial para as menininhas. No início, quando eu sonhei em ser jogadora de futsal me espelhava em alguém, eu posso ser espelho para estas meninas. Passei por muitas dificuldades e venci e posso mostrá-las como conseguir também".

Luta

Calejada após muitos anos convivendo com as dificuldades no esporte, Amandinha acredita que se posicionar é a melhor forma de combater a cultura machista do futsal feminino.

"Desde que saí do Ceará, a gente que está no futsal feminino, um esporte denominado masculino, sofremos muito preconceito, por falta de visibilidade, falta de apoio. Mesmo enfrentando todos os dias as dificuldades do esporte, que é enfrentar grandes equipes, longe da família, enfrentar grandes talentos, ainda tem que encarar o extra quadra, dizem que mulher é na cozinha, cozinhando pro marido, e tudo, menos jogando futsal. Por isso, me sinto vitoriosa como todas as outras meninas que jogam futsal. Não é nada fácil enfrentar esse tipo de coisa, todo dia estar mostrando que merece estar naquele lugar", disse ela.


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