Por um futuro melhor

Fortaleza apresentou déficit em 2017 no seu balanço financeiro, mas a chegada da Série B projeta novos rumos

Legenda: Torcida terá papel importante no reerguimento financeiro do Leão
Foto: FOTO: JL ROSA

O ano de 2017 foi de redenção para o Fortaleza com a volta para a Série B do Campeonato Brasileiro. Aliado a isso, o clube viu seu número de sócios-torcedores crescer de forma exponencial e assinou diversos novos patrocínios, aumentando as receitas para o ano de 2018.

Porém, os oito anos amargando a terceira divisão do campeonato nacional, fizeram um estrago nos cofres do clube. Divulgado na última segunda-feira (30), o balanço financeiro do clube - exigência da Lei Pelé desde 2003 - mostra o déficit de R$1,19 milhão. Com várias dívidas trabalhistas e sem ter ainda boas cotas financeiras de TV nos oito anos anteriores, o Leão foca agora em uma nova gestão para conseguir a tão desejada saúde financeira e poder seguir investindo no patrimônio do clube e no reforço do seu elenco.

Os quatro primeiros meses de 2018 mostram uma reação da atual gestão do clube, no sentido de aumentar os ativos da agremiação e alavancar conquistas dentro e fora de campo.

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Duplo dilema

O presidente do Leão, Marcelo Paz, lembrou que os anos em que o clube passou na Série C, como que descapitalizaram o clube, que teve de buscar recursos entre seus próprios conselheiros e alguns patrocinadores, que não atendiam a totalidade da demanda financeira.

"Sem dúvida, os oito anos de Série C, além da perda esportiva de estar numa divisão que não condiz com a história do clube, também representou uma perda financeira, porque a Série C não tem cota de televisão. E o Fortaleza, durante todo esse período teve que ficar sem esse dinheiro, tendo que formar time competitivo, com valores até maiores do que times de Série B, na época. E todos os presidentes que passaram no clube nesse período, tiveram , muita dificuldade para administrar. Agradeço a eles", disse o presidente Marcelo Paz.

O dirigente lembrou que com a volta do clube à Série B é necessário transformar o balanço em positivo, mas garante que não será tão simples: "Não é uma tarefa fácil para um ano só, nem para uma gestão de um ano e dois meses que eu terei para concluir, mas a gente tem que ter criatividade para concluir o mandato com um balanço melhor do que recebeu", prosseguiu o presidente do Leão.

Dinheiro novo

A diretoria tricolor partiu para o que se convencionou chamar de "dinheiro novo", criar fontes de receita, além das que ele terá no ano de 2018. O presidente do Leão deu uma informação que não constava no balanço financeiro: no mês de abril, a área comercial do Tricolor vendeu R$ 215 mil de produtos. Esse dinheiro veio das lojas, quiosques, a promoção Leão no Interior, lojinhas no estádio. Os dirigentes lembram que os R$ 215 mil não são todos de lucros. Será necessário tirar algo em torno de 70% despesas, segundo o presidente Marcelo Paz. Contudo, é uma receita que não havia antes.

Outra fonte de arrecadação é o programa de sócio-torcedor, na qual o clube ultrapassou os 18 mil sócios; a busca de melhores e maiores patrocínios; afora o licenciamento de produtos. Exclusivamente nessa área de licenciamento, o clube faturava R$ 3 mil por mês e agora fatura R$ 17 mil.

Na Série C, o Fortaleza não tinha o patrocínio da Caixa, que só passou a ter, com o acesso à Série B. Pela caixa, o clube tem o patrocínio de R$ 2,4 milhões, mas com descontos de impostos. A cota da Série B, igual para a maioria dos clubes é de R$ 6,030 milhões, o que também dá o suporte para as despesas.

Um grande desafio será um dia, zerar as causas trabalhistas. Existe um desconto de 15% nas arrecadações para honrar os pagamentos. No balanço, os advogados do clube registraram uma relação de processos com perda julgada possível. Todas as causas somadas chegariam a R$ 6.301.917,65. Marcelo Paz advertiu que essa é apenas uma previsão contábil, que precisaria ser colocada no balanço, mas que ainda não está decidida e poderá até não vir em 2018.

Contratação

Na noite de ontem, o Fortaleza confirmou a contratação do meia Marlon, do Sampaio Corrêa/MA, rival da Série B, inclusive com pagamento de multa para a liberação do jogador do vizinho Estado.