Marcado por um triste episódio na sua carreira, ao perder um jogo fácil justamente na sua estréia da Copa Davis em 2004 na Costa do Sauípe, o gaúcho Marcos Daniel tem a chance de dar a volta por cima. Hoje o número um do Brasil - 91ª colocação do ranking - ele enfrenta neste domingo, às 10 horas, o colombiano Santiago Giraldo (185 da ATP) e se vencer pode deixar Sorocaba como o herói da equipe brasileira. Daniel está confiante e não quer deixar escapar a oportunidade de mudar sua imagem na competição.
"Estou num ano muito positivo, o melhor de minha carreira", diz o tenista que na atual temporada venceu o torneio de Bogotá, foi finalista semana passada em Nápoles, Itália, e semifinalista no Aberto de São Paulo, em janeiro. "Conheço bem meu adversário de amanhã (domingo), ele (Giraldo) joga duro e sabe manter a concentração em todos os momentos.
Apesar destas qualidades do adversário, Santiago Giraldo, a verdade dos números mostra uma grande superioridade do brasileiro. Em seis partidas disputadas, Marcos Daniel venceu cinco. Agora, na Davis, um teste dos mais importantes para o tenista gaúcho. Afinal, joga com toda a responsabilidade em suas costas e com a pressão de ser o favorito em condições de marcar o ponto decisivo para o Brasil.
A primeira experiência de Daniel na Copa Davis não foi das mais agradáveis. Em 2004, na Costa do Sauípe, enfrentava o paraguaio Francisco Rodrigues - tenista apenas razoável - e depois de dominar o jogo nos primeiros sets, sentiu a pressão do difícil momento em que a equipe brasileira atravessava e perdeu o jogo em cinco sets. O resultado geral foi 3 a 2 para o Paraguai, rebaixando o Brasil na Davis.
Este encontro marcou o primeiro da época do boicote dos principais jogadores, como Gustavo Kuerten, Flávio Saretta e Ricardo Mello. Depois desse episódio, Marcos Daniel não teve boas oportunidades na Davis. Chegou a jogar em 2006 formando a dupla com André Sá e até venceu os equatorianos Carlos Avellan e Nicolas Lapentti. Chegou a sofrer com o preconceito. Era convocado para treinar, o ranking da ATP o colocava como um dos melhores do Brasil, mas na hora de definir os titulares era preterido. Agora tem a chance de dar a volta por cima.